Título: Preterido para o BNDES, Delúbio ficou magoado
Autor: Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/06/2005, Nacional, p. A7

Se tivesse de participar do governo, Delúbio Soares gostaria de ter sido presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Preterido para a vaga, quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, ficou magoado com o chefe. "Não estou procurando emprego", respondeu ele, recusando a oferta de uma diretoria no Banco do Brasil. Emprego por emprego, argumentou o ex-professor vindo de Goiânia, tinha o cargo de tesoureiro do PT. Ganhava R$ 6 mil, salário que, somado ao da mulher, Mônica Valente, chefe de Gabinete da então prefeita Marta Suplicy, era o bastante para seu padrão de vida. Seu nome chegou a ser cotado para o Ministério do Trabalho, mas não era o que queria.

Se tivesse sido nomeado, em vez de Jaques Wagner, teria tido o apoio do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que preside também o diretório estadual do PDT. "Sugeri o nome dele, entre os de outros dirigentes da CUT, todos meus adversários, quando Lula perguntou, na campanha de 2002, o que queria para apoiá-lo."

Isso ocorreu em jantar que Delúbio organizou em seu apartamento na Alameda Jaú, 66 - imóvel modesto de 2 quartos, alugado há 15 anos, conforme revelou na entrevista coletiva do dia 8 -, para pedir o apoio de Paulinho no segundo turno, caso Ciro Gomes não fosse eleito no primeiro.