Título: Se passar, dinheiro só público e voto para legenda
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/06/2005, Nacional, p. A8

Se a reforma política for aprovada, os partidos e os candidatos só poderão contar com recursos públicos para financiamento de campanhas; e os eleitores deixarão de votar em nomes, escolhendo apenas as legendas. Caberá às convenções internas de cada agremiação partidária definir as listas das pessoas que ocuparão os cargos, de acordo com a proporção de votos que obtiver. Acredita-se que isso poderá frear a corrupção, fortalecer os partidos, elevar o nível do debate nas eleições e, de quebra, tirar o Brasil da lista dos países com as piores legislações eleitorais do mundo. Segundo o cientista político David Fleischer, os maiores partidos do País (PT, PSDB, PMDB e PFL) apóiam a reforma. A resistência aparece nas agremiações de médio porte (PTB, PL e PP), que se sentem ameaçadas pelas mudanças.

Um dos resultados da reforma mais temidos pelos médios é o bloqueio no troca-troca partidário. Alinhados na base partidária do governo, os três partidos incharam após as eleições. O caso do PTB, o partido do deputado carioca Roberto Jefferson, é exemplar. Saiu das urnas com uma bancada de 26 parlamentares, chegou ao dia da posse com 41 e atualmente tem 47. O salto do PL foi maior: passou de 26 para 54. Os partidos que mais perderam nessa transação foram o PSDB e o PFL.