Título: Sangue seguro, nova marca da disparidade
Autor: Adriana Dias Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2005, Vida&, p. A15

TRANSFUSÕES: O acesso a transfusões sanguíneas seguras virou a nova marca das disparidades entre ricos e pobres, pois apenas 18% da população mundial se beneficia de 60% das reservas mundiais de sangue, informou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS). A taxa de doações e a eficácia dos sistemas de coleta são diretamente proporcionais às receitas da população, o que explica que os habitantes de países em desenvolvimento estejam muito mais expostos a receber sangue ou produtos derivados contaminados. Estima-se que nos países ricos uma em cada dez pessoas internadas em hospitais precisa de sangue, por causa de acidentes, cirurgias ou transplantes. E o ritmo de envelhecimento da população e a multiplicação de tratamentos fazem prever que a demanda continuará aumentando nos países ricos.

Nas nações pobres, a maior necessidade de sangue se registra em mulheres e crianças, durante e após o parto.

Apesar dos progressos registrados no setor, a OMS afirma que apenas 30% dos países têm um serviço de transfusão sanguínea bem organizado.

Outro problema, diz a OMS, é que ainda há um déficit mundial de 6 milhões de testes que não são realizados para as quatro principais infecções transmissíveis por via sanguínea: aids, hepatites B e C e sífilis.