Título: Deputado abre sigilo fiscal, bancário e telefônico
Autor: Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/06/2005, Nacional, p. A10

O líder do PP, deputado José Janene (PR), colocou ontem à disposição da Corregedoria da Câmara seu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Janene foi acusado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, de participar na distribuição de recursos do mensalão. Segundo o secretário-geral do PP, Benedito Domingos, - conforme revelou o Estado - o mensalão era pago no apartamento de Janene, chamada de "pensão" pelos deputados do PP. Janene desmentiu as declarações de Domingos. Em entrevista à Rádio Eldorado, o líder disse que Domingos está sofrendo um processo de expulsão do partido por ter falsificado uma ata interna. "Ele levou o livro de ata para a casa dele e fez um adendo. Só que ele foi pego em flagrante, porque a ata estava registrada no Tribunal Superior Eleitoral e não consta no TSE este adendo. Em razão disto, ele está sofrendo um processo de expulsão do partido". Sobre o fato de Domingos ter classificado a residência de Janene com uma "pensão", pelo constante recebimento de visita de parlamentares, o deputado do PP disse que o procedimento é normal, por conta da sua condição de líder de bancada. "Tenho orgulho disso. É a casa mais freqüentada de Brasília, não só por deputados do meu partido."

Ao Estado, Janene afirmou que seu patrimônio são três imóveis. "Tenho o apartamento em Londrina, metade de um apartamento no litoral, porque sou casado com separação de bens, e metade de uma fazendinha de 120 alqueires. Mais nada."

Ele confirma que já teve dois aviões, vendidos em 1995. Janene devolve as acusações do sobrinho, atribuindo a Barion Júnior um rombo de R$ 5 milhões em sua empresa. "Ele me deu um prejuízo enorme e ainda entrou com ações na Justiça, mas perdeu."