Título: Decisão não tira Brasil do topo do ranking
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2005, Economia, p. B1

MAIOR DO MUNDO: Mesmo se o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidir pelo fim do ciclo de alta da taxa Selic na reunião que começa hoje e termina amanhã, o Brasil continuará no topo dos maiores juros reais do mundo. A manutenção não evitará que a taxa suba dos 13,6%, de maio, para 13,9% ao ano, em junho, afirma o economista da consultoria GRC Visão, Alex Agostini Barbosa. Essa taxa é calculada, no caso do Brasil, com base na Selic descontando a inflação (IPCA) projetada para os próximos 12 meses. Como a expectativa futura do IPCA caiu , mas a a taxa básica da economia continua no mesmo patamar, em 19,75% ao ano, o juro real sobe, diz Barbosa. Neste nível, avalia ele, os juros tendem a beneficiar mais o mercado financeiro e desestimular investimentos na produção. Com essa taxa, torna-se mais atraente para as empresas aplicarem seus recursos em ativos financeiros, especialmente aqueles atrelados à Selic, do que expandir a produção. Até o mês passado, o segundo lugar no ranking dos maiores juros reais do mundo era ocupado pela Turquia.