Título: Revista diz que declarações foram dadas duas vezes
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/06/2005, NAcional, p. A14

ENTREVISTAS: A revista IstoÉ Dinheiro informou que foi procurada pela ex-secretária de Marcos Valério de Souza em agosto de 2004 e, portanto, ela tinha consciência e deu a entrevista, feita por telefone, espontaneamente. Na ocasião, também foram feitas as fotos, mas a reportagem não foi publicada por falta de provas. Após as acusações de Roberto Jefferson, a revista voltou a entrevistá-la. Ela reafirmou as acusações e acrescentou detalhes envolvendo o ex-patrão e dirigentes petistas. A revista informou que pôr as fitas à disposição das autoridades. A seguir os principais trechos da entrevista que está disponível no site da IstoÉ Dinheiro: "Já vi boy sair com motorista para tirar R$ 1 milhão do Banco Rural para dividir o dinheiro. Tem o Banco Rural que faz essa parte e o Banco do Brasil que faz a parte mais lícita da história." "Para ele (Marcos Valério), o dinheiro pode tudo. Ele é assim, não quer saber, não existe regra para ele." "Ah, muitos (quando indagada sobre quantos encontros agendou entre Marcos Valério e Delúbio Soares). Tem tudo na agenda. Alguns foram feitos de última hora. Por exemplo, 'liga na sede do PT em Brasília e avisa fulano pra falar pro Delúbio encontrar em tal lugar'. Tudo na surdina." Além de Delúbio e Silvio Pereira, ela diz que Marcos Valério se encontrava com José Mentor, relator da CPI do Banestado. "Acredito que seja por causa do Banco Rural, né (diz, quando perguntada por que os dois se encontravam)." E afirma que o motivo seria para blindar o banco nas investigações da CPI. "É tudo negociata. Eu sei que eles passam dinheiro pro pessoal do Banco do Brasil, passam dinheiro pro pessoal do governo. O Marcos manda e tem um pessoal de financeiro que só faz isso." "Na verdade todo mundo sabe que tem mutreta nesse negócio de a empresa ter um bom dinheiro do Banco do Brasil."