Título: Sucessão no BID pode expor novas divergências
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2005, Economia, p. B5

ELEIÇÃO : O nome do brasileiro João Sayad não soa nos ouvidos do governo do presidente Néstor Kirchner como o mais adequado para suceder o uruguaio-espanhol Enrique Iglesias na presidência do Banco Inter-americano de Desenvolvimento (BID). Ao lado do ministro da Fazenda do Brasil, Antonio Palocci, o ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, omitiu ontem qualquer espécie de apoio à candidatura do economista e ex-ministro brasileiro. Assim,Lavagna deixou claro que o respaldo argentino não será fácil de se obter. Do lado brasileiro, segundo informações extra-oficiais, teria havido uma oferta de dar à Argentina a vice-presidência do BID. "Queremos alguém que seja capaz de continuar o trabalho realizado por Enrique Iglesias", disse Lavagna. Informações extra-oficiais indicam que Lavagna estaria pessoalmente a favor da candidatura de Sayad. O problema é o presidente Kirchner que já tem seus próprios candidatos, entre eles, o octogenário Aldo Ferrer, que foi ministro da Economia no fim dos anos 60 , e o atual embaixador argentino em Washington, José Octavio Bordón.

Lavagna, no entanto, se esforçaria para convencer Kirchner a aceitar a candidatura de Sayad.