Título: Gasoduto sul-americano pode receber ajuda do BID
Autor: Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2005, Economia, p. B7

BRASÍLIA - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) poderá financiar em parte a construção de um gasoduto que sairá do Peru e abastecerá quatro países: Chile, Argentina, Brasil e Uruguai. Ontem, os ministros de Economia e de Energia dos cinco países, reunidos em Lima (Peru), divulgaram nota em que defendem a necessidade de interconexão de suas redes de gás. Segundo eles, o projeto permitirá a expansão dos mercados e a redução dos riscos da indústria de gás. A iniciativa de criar um "anel energético" foi reforçada pela crise boliviana, que ameaça o abastecimento de gás no Brasil e na Argentina. "A idéia é extraordinária", disse o presidente do Peru, Alejandro Toledo, que já conversou com o novo presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, sobre a questão. "Creio que é prudente construir o gasoduto e não vejo maiores dificuldades."

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e os outros ministros concordaram em iniciar um estudo de viabilidade sobre o gasoduto que, se concretizado, deverá operar a partir de 2007.

A reunião teve por objetivo dar passos necessários para concretizar um anel sul-americano de gasodutos. "Nossos países produzem e consomem gás natural. Por isso, é imprescindível analisar a viabilidade de interconexão gasífera", diz a nota.

A iniciativa não exclui outros projetos regionais. O BID se comprometeu a prestar assistência financeira e técnica para o projeto.

O gasoduto ligaria a Bacia de Camisea, no Peru, aos países do Cone Sul, incluindo o Brasil. Os custos do projeto são estimados em cerca de US$ 2,5 bilhões, incluindo US$ 300 milhões a serem investidos em um gasoduto de Uruguaiana a Porto Alegre, que traria o gás peruano para o Brasil, passando pela Argentina.