Título: Campanha defende passagem barata
Autor: Iuri Pitta
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/06/2005, Metrópole, p. C5

A tarifa dos ônibus urbanos de São Paulo poderia estar custando R$ 1,20 - R$ 0,80 a menos que o valor cobrado atualmente. Para que a redução fosse possível, os diversos níveis de governo teriam de diminuir o preço do óleo diesel em 50%, baixar em 18% impostos e taxas do transporte público e acabar com a gratuidade das passagens para carteiros, militares, oficiais de Justiça e fiscais do Trabalho. Anúncios com alternativas para baratear os custos do transporte público começam a ser veiculados no domingo, como parte da campanha Ação Nacional Tarifa Cidadã, cujo objetivo é baixar os preços das passagens em todo o País.

A Ação Nacional foi lançada ontem, no Instituto de Engenharia de São Paulo, pelo Movimento Nacional pelo Direito do Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), com apoio da Frente Nacional dos Prefeitos, de parlamentares, sindicatos e empresários.

Os empresários querem recuperar pelo menos 35,5% dos passageiros que os ônibus perderam nos últimos anos. A cada 10% de aumento na tarifa, estima-se que 3% das pessoas deixem de usar o sistema para andar a pé ou de bicicleta.

Um dos problemas apontados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) é o fato de haver hoje 30 tipos de gratuidade. Segundo levantamento da NTU, 23% dos passageiros não pagam a tarifa ou recebem descontos. "O problema é que o passageiro que paga é o responsável pelo custeio desse benefício, já que todos os custos são rateados entre quem paga a passagem", disse o diretor da associação, Marcos Bicalho.

Os empresários afirmam que hoje não têm meios de investir. "Como sobrevivemos? Deixando de renovar a frota e não recolhendo impostos", disse João Antonio Sotti Braga, diretor da NTU. Segundo ele, de 70% a 80% das empresas devem ao Fisco.