Título: Ranking aponta as boas empresas para o investidor
Autor: Daniela Milanese, Graziella V. e Silvia Fregoni
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2005, Investimentos, p. H1

Copesul, Randon, Belgo-Mineira, Vale do Rio Doce, CCR, Itaú, Perdigão, Fosfertil, Telefônica e Braskem. Foram estas, pela ordem, as dez melhores companhias com ações em bolsa em 2004 sob o ponto de vista do investidor. Foram elas que lideraram o Ranking Agência Estado Economática. "O ranking é formado por um conjunto de indicadores que aponta para empresas líderes", explica o presidente da Economática, Fernando Exel, que completa: "As vencedoras conseguiram os melhores resultados em quesitos que afetam o dia-a-dia dos acionistas."

A metodologia, exclusiva, utiliza critérios que possam traduzir a expectativa dos que aplicam seus recursos em ações. Para o investidor de longo prazo, é importante, por exemplo, que os preços das ações subam na bolsa para valorizar seu patrimônio. Ele espera, também, que a companhia tenha lucros crescentes e distribua bons dividendos. Prefere não sofrer com os solavancos das cotações. E torce, ainda, para conseguir vender ou comprar facilmente os papéis que deseja. Todos esses desejos estão previstos nos critérios (ver boxe).

Apresentado pela primeira vez neste suplemento, na revista Estadão Investimentos, que já está nas bancas, e no site www.estadao.com.br/investimentos, o levantamento existe há cinco anos, elaborado em parceria entre a Agência Estado e a empresa de informações financeiras Economática.

No ano passado, o desafio dos investidores de renda variável foi grande, porque a bolsa vinha de uma fase de ganhos excepcionais. O Ranking AE Economática traz esse efeito. Em 2003, mais de 50 empresas registraram alta superior a 100%. Em 2004, apenas cerca de 30 conseguiram valorização tão expressiva. "A diferença entre os resultados foi milimétrica desta vez", diz Exel. "Um deslize em algum dos critérios provocou a perda de muitos pontos."

Das 149 companhias abertas analisadas nesta edição, as dez primeiras colocadas receberam ontem o prêmio Destaques Cias Abertas. Entre as vencedoras, há casos de empresas que distribuíram o equivalente a mais de 30% de seu patrimônio em dividendos, como a Copesul. Há ações que valiam na bolsa mais de 20 vezes o lucro líquido da empresa, como a CCR. E, num ano em que o retorno do Ibovespa praticamente acompanhou a variação do juro da renda fixa, seis das dez ganhadoras do ranking conseguiram valorização superior a 100%: Copesul, Randon, Perdigão, CCR, Belgo-Mineira e Braskem.

O ranking contempla o desempenho das companhias no mercado acionário. Mas as ações refletem também o que está acontecendo na "vida real" das empresas.

Prova disso é que cinco das dez vencedoras estão relacionadas ao segmento de commodities, aquele que mostrou maior vigor econômico no ano passado: Copesul, Belgo, Vale, Braskem e Fosfertil. A alta dos preços de insumos, como aço e minério, puxou as receitas das empresas e dominou a atenção dos investidores. O levantamento destacou também companhias beneficiadas diretamente pelo crescimento, que possuem ligação estreita com o Produto Interno Bruto (PIB).

Os dados do Ranking AE Economática devem ser avaliados como um mapeamento do desempenho passado das ações. Os números são uma referência de como os papéis se comportaram, mas não podem ser utilizados como garantia de comportamento das ações no futuro.