Título: 'Ele sabe que o encontro não ocorreu', diz Fernandes
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/06/2005, Nacional, p. A12

O presidente do diretório municipal do PPS, Carlos Fernandes, negou ontem que tenha participado do encontro com o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, e com o secretário Municipal de Abastecimento e Projetos Especiais da administração passada, Valdemir Garreta. "Nunca nos encontramos e não tratamos das questões citadas na reportagem", disse. Fernandes afirma que ligou ontem às 8 horas para tesoureiro do PPS paulistano, Rui Vicentini, para questioná-lo a respeito das denúncias. "Disse a ele que o encontro não ocorreu e que ele sabe disso", afirmou.

Na conversa com Vicentini, Fernandes diz que também apontou a inconveniência do assunto ter sido levantado no momento atual da política nacional. Segundo Fernandes, levantar o problema agora serve somente para colocar o PPS na mesma "condição" do PTB e do deputado federal Roberto Jefferson. "Ficamos agora na defensiva e temos que explicar algo que não aconteceu, o que é bastante prejudicial ao partido."

Fernandes disse que não sabe o que o partido pretende fazer com Vicentini. "Vamos levar às instâncias internas e decidir", afirmou. Sobre a motivação da entrevista do tesoureiro, Fernandes imagina que ele pode ter acusado o PT por "imaginar que o partido possa estar por trás de sua prisão".

Vicentini foi preso no ano passado quando tentava renovar o passaporte na Polícia Federal. O computador da PF registrava uma condenação por evasão de divisas. Vicentini ficou cerca de 40 dias detido. A sentença foi anulada.

HERRMANN

O deputado federal João Herrmann (PDT-SP) respondeu às acusações por meio de nota. Herrmann escreveu: "Não comparo biografia com prontuário. Vicentini está sendo processado por mim por injúria e difamação através dos processos de número 149/05 da 10ª Vara Criminal da Barra Funda, de 2 de fevereiro de 2005 e de número 3509/05, do Juizado Especial Criminal e da Família e do Foro Central desta capital, de 17 de março de 2005". Os processos decorrem de acusações feitas por Vincentini em sindicância interna aberta pelo partido.

Na nota, o deputado afirma também que Vicentini "foi processado, condenado e preso anteriormente. Dar-lhe crença significa perder a fé na democracia". Herrmann finaliza a nota dizendo: "leviandades não atingem minha honra. Dou como testemunho o que fui e sempre serei, na defesa de meus ideais democráticos, que incluem liberdade de imprensa, ética e responsável".