Título: Todos os homens de Condoleezza
Autor: Glenn Kessler
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/06/2005, Internacional, p. A17

WASHINGTON - Antes de se tornar secretária de Estado, Condoleezza Rice estudou as várias maneiras como seus antecessores administraram o Departamento de Estado. Ela concluiu que não queria ficar sitiada por um guarda palaciano no sétimo andar do Departamento de Estado, mas também decidiu que não pretendia ser controlada por ele, contaram assessores. Assim, ela identificou algumas prioridades essenciais , como a promoção da democracia , que, acredita, definirão seu mandato como secretária. E então reuniu muitos assessores que já conhecia. O resultado é um grupo de assessores poderoso e focado - e algumas pessoas resmungando por sentirem suas prioridades ignoradas ou depreciadas. Como em qualquer burocracia, a presença em reuniões importantes ajuda a determinar a proximidade do poder. Condoleezza reduziu as extensas reuniões diárias com altos funcionários realizadas por seu antecessor, Colin Powell.

Quando não está viajando, ela se reúne todos os dias, às 8 horas, com membros do círculo mais próximo e alguns outros assessores durante meia hora, para planejar seu dia. Então se encontra com seus secretários-assistentes e subsecretários (às segundas, quartas e sextas) para ouvir relatórios sobre eventos importantes, ou apenas com os subsecretários para elaborar estratégias.

Ao contrário de Powell, Condoleezza não usa e-mail, preferindo encontros cara a cara ou conversas telefônicas com assistentes e altos funcionários ao longo do dia. Entre 18h30 e 19 horas, ela se reúne novamente com seus assessores mais importantes para revisar os eventos do dia e planejar o dia seguinte. Este grupo sabe como guardar um segredo.

Furiosa porque vazamentos a tinham forçado a cancelar uma planejada viagem ao Iraque, Condoleezza inicialmente contou a apenas dois assessores no Departamento de Estado - o chefe de gabinete Brian Gunderson e o conselheiro sênior Jim Wilkinson - que decidira tentar de novo. A informação foi passada lentamente para outros membros do círculo próximo.

Assim, menos de uma dúzia de funcionários do Departamento de Estado sabiam que ela seguia para o Iraque quando seu avião decolou.

Vários membros do círculo mais próximo à Condoleezza trabalharam juntos no passado. Gunderson e Wilkinson serviram no escritório do ex-líder da maioria na Câmara Richard Armey, republicano do Texas. Antes de entrar para o Departamento de Estado, Gunderson foi chefe de gabinete do então representante de Comércio americano Robert Zoellick, hoje vice-secretário de Estado.

Wilkinson e o conselheiro legal John Bellinger, assim como o novo porta-voz, Sean McCormack, o secretário-assistente para Assuntos Europeus e Eurasiáticos Daniel Fried, o subsecretário para Controle de Armas, Robert Joseph, e a antiga assessora Laura "Liz" Lineberry, trabalharam com Condoleezza no Conselho de Segurança Nacional no primeiro mandato do presidente Bush. O conselheiro Philip Zelikow e o subsecretário para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, trabalharam com Condoleezza no Conselho de Segurança Nacional do pai de Bush.