Título: Schin: PF quer prorrogar prisão
Autor: Nilson Brandão Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/06/2005, Economia, p. B5

A Polícia Federal (PF) decidiu pedir a prorrogação da prisão temporária das pessoas detidas na Operação Cevada, suspeitas de envolvimento com sonegação fiscal no setor de bebidas. O prazo inicial da prisão termina amanhã, mas pode ser estendido por mais cinco dias. Segundo o procurador do Ministério Público Federal (MPF) de Niterói, José Maurício Gonçalves, o objetivo da prisão temporária é colher o depoimento das pessoas detidas. O MPF vai instaurar processo criminal no caso e a Receita Federal fará uma ação fiscal para determinar os valores devidos, supostamente sonegados pelo Grupo Schincariol.

O superintendente da Receita Federal da 7.ª Região (Rio e Espírito Santo), César Augusto Barbiero, informou ontem que os documentos apreendidos na operação em outros Estados começaram a chegar ao Rio. Estão sendo tomadas medidas de segurança para guardar esses documentos, que servirão de base para o trabalho dos fiscais da Receita.

O Tribunal Regional Federal (TRF) explicou que o processo corre em segredo e informou apenas que os pedidos de habeas corpus impetrados não haviam sido julgados até o início da noite. O advogado de defesa, Roberto Podval, disse que as medidas para liberar seus clientes somente deverão ser tomadas na segunda-feira.

Como o caso está sob sigilo, os autos do inquérito não foram liberados pela PF, dificultando a ação da defesa. Neste fim de semana, os advogados deverão se reunir para definir quem vai cuidar de cada acusado.

Até ontem, oito envolvidos na Operação Cevada haviam sido liberados, de um total de 68 presos. Todos permanecem detidos na custódia da PF em São Paulo. Segundo fontes, as investigações tiveram início em Belo Horizonte em 2001, com a abertura do caso Pista Livre, a partir do recebimento de denúncias anônimas de irregularidades fiscais praticadas pela distribuidora exclusiva da Schincariol na região. Até esta semana, novas fraudes foram detectadas.