Título: Para a Fiesp, Itamaraty não deve se preocupar com as regras da OMC
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/06/2005, Economia, p. B6

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considerou infundadas as preocupações legalistas de alguns setores do Itamaraty sobre a "MP do Bem" e deixou claro que espera novas iniciativas de desoneração de investimentos para compensar os custos empresariais com a carga tributária e a ineficiência na aplicação dos recursos arrecadados. Segundo o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, o governo deve levar adiante a aplicação da MP, que desonerou novos investimentos produtivos, sem preocupar-se com sua compatibilidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). "As iniciativas previstas na MP devem ser aprofundadas. Se algum país tiver algo contra, que utilize os canais da OMC para questioná-las", afirmou Barbosa. "Essa MP é uma política interna importante para ajudar os setores produtivos. Não devemos nos preocupar com o que outros países ou analistas possam dizer sobre ela."

Na avaliação de Barbosa, é correta a preocupação do governo brasileiro em procurar cumprir as normas de comércio e investimentos previstas pela OMC. Mas é preciso ter em conta que a própria organização passa por uma crise de credibilidade e de efetividade, aprofundada pelo fato de que nem sempre as políticas condenadas são alteradas. Alguns setores empresariais chamam a atenção para a demora na conclusão dos processos de controvérsias na OMC - em torno de quatro anos. Essa situação daria tempo para a alocação e a maturação de novos investimentos produtivos no País.