Título: 'Vamos para a guerra'
Autor: Vasconcelo Quadros
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/06/2005, Nacional, p. A8

Deputado Luizinho diz que história do PT não vai para o lixo

Professor Luizinho, deputado da ala direita do PT, está de prontidão para o que chama de guerra pela preservação da ética e da moral do partido. Habituado aos grandes embates na Câmara, ele avisa: "Essa é a guerra que vamos fazer e vamos enfrentar, não vamos deixar que joguem na lata do lixo a história do PT." Luizinho apóia a resolução do diretório nacional, que reúne a cúpula da agremiação, e defende tenazmente a permanência de Delúbio Soares e Silvio Pereira, apontados como elos do mensalão. A decisão não vai atingir a imagem do PT de forma irreversível?

O PT vai para o enfrentamento. Não vamos aceitar que se construa na sociedade essa violência de que o acusado é que tem que provar sua inocência, em vez de o acusador apresentar provas daquilo que fala. É a inversão total do direito constitucional de que todo cidadão é inocente até prova em contrário. Tem uma pessoa (Roberto Jefferson) difamando e caluniando todo mundo, mas sem provas.

Mesmo no campo majoritário há quem defenda a saída do tesoureiro e do secretário-geral.

Vamos fazer um trabalho mais unitário no PT, vamos reorganizar, reagrupar o partido, reduzir o fogo amigo. Quem foi pego numa fita não foi o Delúbio não foi o Silvinho. Foi o Jefferson. A fita é prova objetiva. Alguém dizendo que ele comandava esquema nos Correios. Ele próprio confessou que R$ 4 milhões caíram no colo dele. Por que esses R$ 4 milhões não podem ser das extorsões dele nos Correios ou no IRB? Por que essas evidências deixam de estar na ordem do dia e só fica sua acusação sem prova? Não é assim a vida. Por causa de acusação infundada vamos punir todo mundo? Hoje afasta o Delúbio, amanhã o Silvinho, depois o Marcelo e o Joaquim sem nenhuma prova?

O PT não adotou esse expediente quando era oposição?

Jamais fizemos uma oposição irresponsável. Sempre trabalhamos com indícios objetivos. Quando inventaram o Dossiê Cayman (supostas contas de tucanos no paraíso fiscal), não aceitamos e denunciamos. No governo o PT fez acordos sim, mas acordos políticos, tudo limpo, transparente, cristalino.