Título: Publicitária reafirma que pode depor no Congresso
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2005, Nacional, p. A10

A publicitária Maria Christina Mendes Caldeira classifica as acusações feitas pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, como uma tentativa de desqualificar o conteúdo do testemunho que ela se prontifica a dar se for convocada para a Conselho de Ética que apura denúncias de mensalão. "Ele já havia me acusado de tentar chantageá-lo. É uma versão irreal", afirma. De acordo com ela, a cópia do e-mail em que sua advogada propõe acordo financeiro - exibida ontem por seu ex-marido - já foi divulgada antes e faz parte de uma troca de correspondências entre advogados feita sem o seu conhecimento. Para demonstrar sua versão, ela mostrou seis páginas de mensagens que enviou ao escritório de advocacia que a representava na época. Nos textos, ela se queixa de não ter aprovado um eventual acordo. Casada com o deputado durante dois anos e protagonista de uma separação barulhenta, Maria Christina continua disposta a contar o que sabe se for chamada para um depoimento oficial em Brasília. "Não quero falar porque passei por uma separação difícil, mas porque gostaria que os fatos fossem apurados", diz ela. Entre os relatos que pretende fazer, está o de uma suposta contribuição ilegal feita pelo governo de Taiwan à campanha de Lula à presidência. A publicitária disse ao advogado que assumiu sua defesa, Ademar Gomes, que soube da doação quando acompanhava o ex-marido em uma viagem oficial àquele país. Em um almoço onde estavam autoridades taiwanesas, ela teria servido de intérprete para um ministro que cobrava de Costa Neto os resultados da doação.