Título: IGP-M cai 0,38%e reforça tendência de baixa
Autor: Ribamar Oliveira Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/2005, Economia, p. B1

Mais um índice de preços divulgado ontem reafirma a tendência de queda da inflação apontada por outros indicadores. O Índice de Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deste mês registrou deflação de 0,38%, a menor taxa em dois anos. O resultado também ficou bem abaixo do obtido em maio quando a variação negativa havia sido de 0,09%. O recuo dos preços no atacado e no varejo levou a uma deflação maior neste mês. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do IGP-M, passou de -0,52% para -0,90% de maio para junho, também a menor taxa desde junho de 2003. Houve quedas expressivas nos produtos industriais (-0,69%) e agrícolas (-1,55%), favorecidas pelo câmbio. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a valorização do real ante o dólar continua puxando para baixo os preços de insumos no atacado. Além disso, os preços no varejo diminuem por causa de uma combinação favorável de fatores, como o repasse da recente queda de preços no atacado para o varejo, aliado à maior oferta de alguns alimentos de peso e à menor pressão de reajustes dos preços administrados. Com o resultado da 2.ª prévia, o IGP-M de junho deve fechar com deflação, prevê Quadros. "O cenário da inflação é favorável no curto e no médio prazo", afirmou o presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo, Heron do Carmo. Ele ressaltou que o período de desaceleração dos índices abre caminho para que a inflação em 12 meses até maio do ano que vem atinja o centro da meta de 4,5% traçada para 2006. Segundo Heron, mesmo os reajustes das tarifas, que deverão ter impacto nos índices no 3.º trimestre, não vão descontrolar a inflação. É que esses preços são reajustados pelos IGPs que acumulam hoje em 12 meses uma variação menor do que a registrada no mesmo período de 2004.