Título: 2 empresas, das 12 citadas, se defendem das acusações
Autor: Eugênia Lopes, Vasconcelo Quadros
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/06/2005, Nacional, p. A4

Entre 12 empresas citadas no depoimento de dois dias do ex-chefe de Compras dos Correios Maurício Marinho, flagrado recebendo propina de R$ 3 mil, apenas duas - a Novadata e a Oracle - divulgaram nota de esclarecimento. A Novadata informa que venceu três licitações, somando RS$ 13.292.892,00, em pregões entre 2003 e 2005. Afirma ainda que Marinho divulgou dados irresponsáveis ao dizer que, no primeiro pregão, ela concorreu com duas empresas fantasmas. A Novadata afirma que foram sete participantes, entre elas a Itautec, Procomp e a Hewlett Packard do Brasil. A Oracle teve duas de suas empresas citadas a JDEdwards e PeopleSoft por Marinho. Esclarece que a JD Edwards tem relacionamento indireto com os Correios, a partir de 2001: a Unysis foi contratada pelos Correios e subcontratou a JD Edwards para entregar serviços e licenciamentos de produtos. Esse contrato foi rescindido por decisão dos Correios. Em relação à PeopleSoft, a Oracle informa que a empresa vendeu, em dezembro passado, licenças do software de gestão empresarial da JD Edwards e serviços de suporte para os Correios. Segundo a empresa, a transação seguiu a Lei 8.666, que rege as compras do setor público.

O gerente-geral de outra citada, a Marfinite, estranhou o nome da empresa estar na lista de Marinho. José Maria disse que a Marfinite fez vários contratos com a ECT. "Ganhamos enquanto pudemos, enquanto valia a pena, todos por pregão eletrônico de menor preço", resumiu o gerente.

Bradesco, Embratel e Microsoft, também listados pelo ex-chefe de Compras, resolveram não se pronunciar. Mas a assessoria do banco fez crítica indireta ao informar que o Bradesco nada tinha a declarar: o banco "não vai comentar as ilações do depoente (Marinho)", afirmou a assessoria.

A Scopus informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não tem um posicionamento oficial sobre o depoimento de Marinho. A ATP também deixou em aberta a possibilidade de fazer um pronunciamento.

No American Banknote, uma secretária do presidente, identificada como Dolores, informou que a instituição não está autorizada a falar, o que caberia ao cliente contratante, os Correios. A HHP insistiu, por meio de suas assessorias de imprensa e marketing, que um comunicado à imprensa em seu site já responde ao depoimento de Marinho. O comunicado é antigo e se refere a comentários do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Já a empresa Omini não foi localizada.