Título: Dólar cai de novo, desta vez 0,51%
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/06/2005, Economia & Negócios, p. B13

O dólar caiu 0,51%, para R$ 2,355, a menor cotação desde 22 de abril de 2002 (R$ 2,342). Como hoje é dia de formação da taxa média do comercial (ptax), a expectativa é que, se o petróleo e o ambiente em Brasília continuarem ajudando, a moeda americana poderá recuar ainda mais. Mas o depoimento do deputado Roberto Jefferson na CPI dos Correios poderá acabar com a relativa calmaria dos mercados, se apresentar alguma prova de pagamento do "mensalão". O risco país caiu 0,24%, para 415 pontos, o C-Bond ficou estável, vendido com ágio de 2,188%, o Ibovespa fechou em queda de 0,53% e o paralelo recuou 0,26%, para R$ 2,73 na venda.

No mercado cambial, o objetivo dos investidores "vendidos" no mercado futuro é que a ptax de hoje feche entre R$ 2,35 e R$ 2,355. Ela será usada, amanhã, na liquidação do dólar de julho na BM&F e para os ajustes da dívida de US$ 101 milhões em swap cambial que não foi rolada pelo Banco Central. Ontem, a ptax de venda recuou 0,61%, para R$ 2,3549.

No mercado futuro, as rolagens de contratos elevaram o volume financeiro em 40%, para US$ 13,82 bilhões. Com exceção da alta projetada pelo contrato de julho de 2006, os demais sete vencimentos negociados projetaram queda.

Depois de duas altas seguidas, a Bovespa caiu, refletindo o mau desempenho das Bolsas em Nova York (o Dow Jones perdeu 0,30% e a Nasdaq, 0,05%) e as incertezas sobre o quadro político. A liquidez foi bastante reduzida, e o giro financeiro foi de somente R$ 838 milhões.

"Até agora, os depoimentos na CPI não abalaram o mercado, mas não foram suficientes para acabar com a crise. Então, a cautela continua", comentou um operador.

As maiores altas do Ibovespa foram de Brasil Telecom Par ON (3,56%), Tele Leste Celular PN (2,87%) e Unibanco Unit (2%). As maiores quedas foram de TIM Par ON (4,30%), Telesp Celular Par PN (3,49%) e Eletrobrás ON (3,22%).

No mercado de juros, houve um ligeiro recuo das taxas. Hoje, o Tesouro Nacional fará uma ampla oferta de títulos prefixados em seu leilão. Serão ofertados 10 milhões de LTNs com três vencimentos. Este é um lote difícil de ser digerido, e um "encalhe" provavelmente influirá nas taxas futuras.