Título: Viagens de negócios atraem investimentos
Autor: Andrea Vialli
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/06/2005, Economia e Negócios, p. B15

Carlson Wagonlit Travel coloca Brasil na rota de seus 12 mercados estratégicos

A Carlson Wagonlit Travel (CWT), líder mundial no setor de administração de viagens corporativas, aposta no Brasil como uma de suas doze unidades de interesse estratégico ao redor do mundo. Na prática, a filial brasileira, uma joint venture entre a CWT internacional e a Accor Hotels, quer crescer mais no segmento de turismo de negócios no País. A CWT Brasil já possui 15% desse mercado, considerado fragmentado e formado por empresas de pequeno e médio portes. O segmento de agências de viagens hoje movimenta em torno de R$ 10 bilhões anuais no Brasil, e as viagens de negócios representam 50% desse total. Mas há um grande potencial para crescimento, que na prática já está acontecendo, na avaliação de Hubert Joly, presidente mundial da CWT, que veio ao Brasil anunciar o plano estratégico do grupo até 2007. "O Brasil é um dos dez maiores mercados para viagens de negócios no mundo, por ter uma economia aberta às exportações", afirma Joly. Segundo o executivo, o crescimento econômico brasileiro, na casa dos 5% ao ano, abre grandes perspectivas para o setor do turismo em geral. E em especial para o turismo de negócios, já que as exportações impulsionam a realização de eventos internacionais, feiras e encontros empresariais. Este ano, a CWT Brasil já registra um crescimento de 20% na emissão de bilhetes - de passagens domésticas e internacionais, vouchers de hotéis e locações - em relação aos quatro primeiros meses do ano passado. Só em passagens aéreas, foram 50 mil, ante 40,2 mil no mesmo período de 2004. A expectativa da empresa é fechar 2005 com a mesma média de crescimento, de 20%, sobre o faturamento do ano passado, que foi de R$ 820 milhões. Uma das estratégias que a CWT tem na manga será a aproximação com os clientes corporativos de médio porte. Hoje, a subsidiária brasileira tem 2 mil clientes no País, sendo que as 100 maiores contas respondem por 80% de suas vendas. São empresas do porte do Itaú, ABN Amro Real, Siemens, Camargo Corrêa e Embraer, entre outras. "Nosso desafio estratégico será descobrir tipos de serviços focados na média empresa, um nicho de mercado ainda a ser explorado", explica Firmin António, presidente do grupo Accor no Brasil. A porta de entrada para esses nichos serão os cerca de 60 mil clientes corporativos que o grupo Accor tem por aqui. A CWT não fala em aquisições de agências de viagens no Brasil, mas admite que esta é uma das estratégias utilizadas pelo grupo para crescer. Recentemente, adquiriu empresas na França, Alemanha e Estados Unidos.