Título: Consórcio chinês quer petroleira americana
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/06/2005, Economia & Negócios, p. B9

O consórcio estatal chinês de petróleo China National Offshore Oil Corp. (CNOOC) apresentou ontem proposta de US$ 18,5 bilhões para comprar a petroleira americana Unocal Corp., com sede na Califórnia. O conselho de administração da empresa americana, porém, recomendou que se mantenha a disposição de aceitar a proposta da Chevron Texaco, de US$ 16,6 bilhões, aprovada pelas autoridades americanas em 10 de junho. A oferta da CNOOC ilustra o apetite chinês pelas grandes empresas americanas e se soma aos movimentos verificados nos setores de informática e consumo de massas. Além disso, a China tem necessidade crescente de cobrir sua demanda de petróleo e gás natural no exterior. O país asiático é o segundo maior importador de petróleo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A Unocal é a 8.ª maior companhia de petróleo dos Estados Unidos, com importantes reservas de gás e óleo na Ásia Central, Tailândia e Indonésia. Tem 6 mil trabalhadores distribuídos em suas unidades. Em comunicado distribuído ontem, a empresa afirma estar comprometida com a Chevron Texaco, mas vai estudar a nova proposta. "Não podemos assegurar que a proposta desemboque num acordo definitivo com a CNOOC", diz a nota. A CNOOC, por meio de comunicado assinado pelo presidente da empresa, Fu Chengyu, afirma que "a proposta amistosa (de compra) é melhor para os acionistas da Unocal" do que a apresentada pela Chevron Texaco. "Unocal e CNOOC formariam um dos maiores grupos petroleiros internacionais", afirma Fu, lembrando que, se houver acordo, os funcionários seriam mantidos em seus postos, o que não ocorrerá se for mantido o compromisso com a Texaco. A Chevron Texaco reagiu rapidamente, reiterando que sua oferta era melhor. Além disso, lembrou que o acordo estava praticamente encerrado. Os analistas acreditam que há pouca chance de ser concretizado um acordo com a CNOOC: o governo americano não gostaria de ver uma petroleira dos Estados Unidos nas mãos de chineses.