Título: Acordo deixa a CPI dos Bingos para depois
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/06/2005, Nacional, p. A15
A indicação dos integrantes da CPI dos Bingos foi feita ontem pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas as investigações não têm data para começar. O retardamento da instalação da CPI foi acertado entre os líderes da base aliada e da oposição, que chegaram à conclusão de que a abertura de nova comissão de inquérito poderá atrapalhar os trabalhos do Senado. Estão em funcionamento três CPIs mistas (integradas por deputados e senadores): a dos Correios, a da Terra e a da Emigração Ilegal. Aliados e oposição acertaram também que o Senado terá recesso em julho, mas as CPIs já instaladas funcionarão normalmente. Na sessão de ontem à tarde do Senado, Renan leu o nome dos 15 senadores titulares e nove suplentes que irão integrar a CPI dos Bingos. Os nomes dos senadores foram anunciados um dia depois da derrota do governo no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou à presidência do Senado indicar os integrantes da CPI dos Bingos. Assim que for instalada, a comissão terá como a principal atribuição investigar o funcionamento das casas de jogos e o suposto envolvimento do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz com o setor.
"É imprudente instalar qualquer CPI neste momento. A resposta que a sociedade deseja é a investigação a fundo dos Correios e do mensalão. Por isso, os membros da CPI serão indicados, mas a CPI não será instalada", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). "Há preocupação de todos de não ter CPI demais. A oposição não quer incendiar o País", argumentou o senador José Jorge (PFL-PE).
"Não fizemos nada para criar esses embaraços. Isso aqui começa a dar sinais de paralisia; só se cuida de CPI", observou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM).