Título: Na China, chuva deixa 567 mortos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2005, Internacional, p. A11

FOSHAN - Todos os anos, centenas de pessoas morrem na temporada de chuvas da China, que vai de junho a agosto. O número de fatalidades este ano surpreendeu até mesmo esse país acostumado com desastres naturais. Até agora, em todo o país, morreram 567 pessoas e outras 165 estão desaparecidas, o maior número desde 1998. Ontem, as águas começaram a baixar em várias partes da província de Guangdong, no sul da China e uma das duas mais afetadas, mas poucas pessoas se motivaram a voltar para casa. Ninguém arrisca dizer quando a vida voltará ao normal.

Ao todo, por volta de 2,4 milhões de chineses, o equivalente à população de Belo Horizonte, foram evacuados.

A preocupação das autoridades sanitárias da China é o aumento dos casos de cólera, disenteria e febre tifóide. Só nos primeiros seis meses do ano, foram registrados cerca de 3.400 pacientes com uma das três doenças. Com as inundações que já duram duas semanas, a tendência é que os problemas sanitários se tornem mais graves.

O presidente Hu Jintao declarou que é necessário redobrar os esforços na construção de barreiras para as enchentes. Com o desmatamento desenfreado, passou a ser comum o deslocamento de grandes quantidades de terra das montanhas afetadas pelas chuvas. Isso aumenta o número de mortos por deslizamentos e também tem um efeito negativo no leito dos rios. A profundidade diminuiu e as enchentes se espalham rapidamente.

O inventário dos prejuízos ainda não foi feito. Estima-se que a destruição de ferrovias, estradas e a quebra de safras agrícolas já totalize cerca de US$ 2,5 bilhões. AP