Título: Petrobrás puxa a alta da Bovespa
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2005, Economia & Negócios, p. B10

Novo avanço do petróleo futuro leva investidor estrangeiro a comprar ações da estatal; Bolsa sobe 1,24%

Apesar das boas notícias sobre inflação e contas públicas, a alta do petróleo futuro e a turbulência política deixaram os mercados cautelosos. Mesmo assim, o Ibovespa subiu 1,24%, puxado pela Petrobrás, o dólar fechou na cotação mínima do dia, R$ 2,375, em queda de 0,21%, o risco país avançou 0,47%, para 426 pontos, e o C-Bond perdeu 0,24%, vendido com ágio de 2,125%. O paralelo ficou estável, vendido a R$ 2,75. Na Bolsa paulista, o movimento o financeiro foi fraco, atingindo R$ 1,062 bilhão. O bom resultado do IPC-Fipe, a pesquisa Focus projetando inflação menor e o superávit primário do setor público em maio acabaram não influindo muito. "Os indicadores da economia continuam positivos. O que está atrapalhando é a política. É isso que segura o mercado", comentou um operador, acrescentando que a volatilidade do petróleo também preocupa.

Mas a alta do petróleo futuro levou os investidores estrangeiros a comprar papéis da Petrobrás. O papel PN valorizou-se 3,77% e o ON, 4,13%. As preferenciais foram os papéis mais negociados, com volume de R$ 143 milhões.

As maiores altas do Índice Bovespa foram de Cemig ON (4,64%), Bradespar PN (4,36%) e Petrobrás ON. As maiores quedas foram de Light ON (4,02%), Tele Leste Celular PN (3,32%) e Siderúrgica Tubarão PN (2,88%).

Depois de avançar de manhã, o comercial recuou à tarde. No mercado futuro, 5 dos 7 vencimentos negociados projetaram queda para o dólar. Só os vencimentos de setembro e outubro indicaram ligeira alta.

Além da movimentação política em Brasília, o mercado cambial tende a ser influenciado, a partir de hoje, pela disputa entre investidores "comprados"e "vendidos" em dólar futuro. Nesta quinta-feira, será formada a taxa média do comercial (ptax) a ser usada no dia seguinte para a liquidação do dólar de julho. Ela também servirá para os ajustes da dívida de US$ 101 milhões em contratos de swap cambial que não foi rolada pelo BC.

Hoje, devem ingressar nas reservas do País os US$ 600 milhões captados pelo Brasil através da reabertura do Global 2015.

No mercado de juros, os contratos seguiram de perto o movimento do preço do petróleo no mercado internacional, mas projetaram ligeiras quedas.