Título: Dólar é o mais baixo em 38 meses
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/06/2005, Economia & Negócio, p. B11

Com CPI fraca e queda do petróleo, moeda é cotada a R$ 2,367, risco País cai 2,35% e Ibovespa sobe 0,14%

O recuo do petróleo futuro e os depoimentos fracos na CPI dos Correios trouxeram relativa calma aos mercados. O risco país caiu 2,35%, para 416 pontos, o dólar desvalorizou-se 0,34%, para R$ 2,367, a menor cotação desde 30 de abril de 2002. O Ibovespa teve ligeira alta de 0,14% e o C-Bond ganhou 0,06%, vendido com ágio de 2,188%. O paralelo perdeu 0,47%, para R$ 2,737 na venda. No mercado cambial, um movimento mais forte de rolagem de contratos futuros de dólar, com predominância da pressão dos "vendidos", também influenciou as cotações. No final da tarde, o Banco Central informou que não fará oferta de swap cambial reverso hoje, confirmando as expectativas.

"Enquanto a crise política não transbordar para a área econômica nem atingir o presidente Lula e o ministro Antonio Palocci, a reação dos investidores aos depoimentos na CPI tenderá a ser moderada", comentou um operador.

A proximidade do fim do mês justificou o aumento das rolagens de contratos futuros e de operações casadas entre dólar à vista e futuro. Isso assegurou um giro financeiro à vista relativamente estável, de US$ 1,250 bilhão. O fluxo de recursos foi ligeiramente negativo.

No mercado futuro, apenas o contrato com vencimento em abril projetou ligeira alta de 0,13%. Os sete outros projetaram quedas. Para 1.º de julho, a previsão é de um recuo de 0,38%. As reservas internacionais do País subiram para US$ 60,093 bilhões, após o ingresso de US$ 600 milhões relativos à reabertura do Global 2015.

A Bovespa teve motivos para operar em forte alta, já que as Bolsas subiram em Nova York (o Dow Jones avançou 1,12% e a Nasdaq, 1,21%), o risco Brasil caiu e o preço do petróleo recuou. Mas a incerteza quanto ao desdobramento da crise política atrapalhou. O movimento financeiro, de R$ 1,121 bilhão, melhorou um pouco em relação à véspera, mas continua fraco.

As maiores altas do Ibovespa foram de Braskem PNA (4,01%), Vale ON (2,60%) e Ipiranga Petróleo PN (2,42%). As maiores quedas, de Celesc PNB (3,19%), TIM Par ON (3,07%) e Eletrobrás ON (2,84%).

No mercado de juros, houve um alívio nas taxas futuras, mas a liquidez continuou reduzida. "Ninguém quer assumir grandes posições enquanto as incertezas não forem superadas", afirmou um operador.