Título: Produção da Bacia de Santos vai substituir importação de gás da Bolívia
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/06/2005, Economia & Negócio, p. B1

Correndo contra o tempo para tentar aumentar a oferta de gás no País, a Petrobrás definiu esta semana a capacidade de produção de gás do Bloco BS-500, na Bacia de Santos, localizado ao lado do megacampo de Mexilhão, que será desenvolvido em parceria com a Repsol. Segundo o gerente-geral de Exploração e Produção da estatal, José Luiz Marcusso, a produção no BS-500 deverá ser de 15 milhões de m3 (metros cúbicos) diários, a mesma prospectada para Mexilhão. O BS-500, segundo Marcusso, começaria a operar em 2010, dois anos após Mexilhão. A produção dos dois campos vai equivaler ao volume contratado à Bolívia, de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, dos quais hoje são usados 24 milhões de m3 por dia. O bloco, explicou ele, receberá um sistema de produção com capacidade para escoar o gás, apesar da incidência de óleo leve existente naquela localidade, o que "poderia retardar a produção de gás". "A idéia é antecipar a produção também do óleo leve."

A estatal, porém, ainda não definiu para onde vai escoar a produção do BS-500: Cabiúnas, Sepetiba ou Caraguatatuba, e nesta última opção o bloco seria ligado ao sistema que será instalado para o campo de Mexilhão. Marcusso não soube informar qual o volume de investimentos previsto para o BS-500. Para o desenvolvimento de Mexilhão, mais a instalação da planta de processamento em terra, o mercado estima um volume de US$ 3 bilhões.

Antes mesmo de começar a produzir gás na Bacia de Santos, a Petrobrás deve fornecer, com campos isolados, mais de 10 milhões de m3 por dia no mercado entre 2005 e 2006. O principal acréscimo à produção da estatal virá do campo de Manati, na Bacia de Camamu-Almada, na Bahia. Serão 6 milhões de m3 por dia produzidos no campo, que é operado pela Petrobrás, mas tem 55% da Queiroz Galvão e 10% da Petroserv na concessão.

Anteontem, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento para instalar o sistema de produção do campo de gás. O financiamento do banco é de R$ 245 milhões, equivalentes a 40% da parte total do investimento da construtora.