Título: Atendimento divide opinião de moradores da zona leste
Autor: Sílvia Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2005, Metrópole, p. C4

'Estado' visitou um hospital e dois postos de saúde; não havia filas de espera para o atendimento

A reportagem do Estado esteve em um hospital municipal e dois postos de saúde da zona leste na manhã de ontem nos quais não havia filas de espera para atendimento. Mas, no Hospital Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, a dona de casa Lúcia Lima, de 34 anos, e a sua filha Tamiris, de 8, não encontraram pediatra para atender a menina. "Na recepção, disseram que não há médicos que possam me atender. Vou ter de pegar um ônibus para ir a outro hospital. Ainda bem que não é nada grave", afirmou a mãe. A dona de casa Maria de Lurdes, de 56, que freqüenta o posto de saúde Nova Curuçá, contou que, cada vez que vai pegar a insulina necessária para seu tratamento de diabete, escuta outros pacientes reclamando de falta de remédios. "Muitas pessoas estão sem remédios porque não têm como pagá-los. Se esse fornecimento de medicamentos é previsto por lei, por que não se oferece na prática?"

Maria disse que se sente uma pessoa afortunada por ter acesso a um posto de saúde que não tem problemas de filas de espera. "Eu sei de outros onde a população fica esperando muito tempo antes de ser atendida", afirmou.

Para um pastor evangélico, que pediu para não ter o nome divulgado, é a falta de pessoal que provoca a formação de filas na sala de espera. "O centro tem 2 pessoas para atender 50 pacientes. Até agora, tudo o que o Serra disse na campanha ficou em promessa. Só resta esperar e desejar que a situação melhore", afirmou o pastor.

A também dona de casa Maria Ivonete, de 41, acha que em tão pouco tempo é "impossível" obter resultados. "O prefeito ainda está no início da sua administração. O povo não tem paciência. Daqui até o fim do ano, poderemos perceber as melhoras. Eu confio nele."

Maria disse que a falta de médicos é um problema geral do Estado. "Inclusive os melhores hospitais têm esse problema."

Segundo o estudante Fabiano Gonçalves, de 22 anos, a situação melhorou bastante em comparação com dois anos atrás. "Mas o mérito não é de Serra, é do governo estadual", afirmou.