Título: Saúde está regular, afirma secretária
Autor: Sílvia Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2005, Metrópole, p. C4

Se fosse entrevistada em pesquisa, essa seria a resposta de Maria Cristina Cury para uma área considerada prioridade para Serra

"Se fosse uma das pessoas entrevistadas pela pesquisa, diria que a saúde está regular. Mas a tendência é melhorar." Essa é a opinião da secretária municipal da Saúde, Maria Cristina Cury, sobre o resultado da pesquisa InformEstado e após pesar os prós e os contras da situação da saúde no Município. Em entrevista concedida ontem ao Estado, Cristina, que é pediatra e está há menos de dois meses do governo, não brigou com os números do levantamento. "Entendo esse resultado. Não esperaria coisa diferente." A saúde, de acordo com a pesquisa, foi eleita a pior área nestes primeiros seis meses do governo José Serra (PSDB), com reprovação de 31% dos 615 entrevistados. A saúde também foi o setor mais bem avaliado, mas nesse caso o porcentual de entrevistados que mencionou a área foi menor: 21,4%

Para Cristina, no entanto, a reprovação não é uma crítica ao governo atual. "O resultado não é justo com esta gestão. Estamos aqui há apenas seis meses. Se você olhar tudo o que foi feito anteriormente, vai perceber que por muito tempo muitos deixaram os problemas chegarem aonde chegaram."

A secretária até arriscou um palpite sobre o perfil dos insatisfeitos. "Quem entra no pronto-socorro e é atendido sai satisfeito. Agora, aquele que fica na fila e demora para ser atendido é que se queixa. Eu me confraternizo com essas pessoas. Tem de reclamar mesmo. "

PRINCIPAIS AÇÕES

As principais medidas tomadas por Serra nessa área foram a retomada da construção do Hospital Cidade Tiradentes, na zona leste, e a parceria com o Estado para reforçar a distribuição de medicamentos nos postos de saúde. Ambas bandeiras de campanha do tucano.

Segundo o governo, os estoques estão com 90% de sua capacidade contra os 20% encontrados em janeiro. Mas o fato é que ainda sobram queixas de falta de remédios.

Outra ação de destaque foi o convênio firmado com o governo estadual para construir o Hospital M'Boi Mirim, na zona sul. As obras não começaram. Estão em fase de licitação.

Foram feitos também quatro mutirões de saúde, todos em parceria com o Estado. Mas na lista de promessas de Serra há ainda muito mais. Envio de remédios pelos Correios a doentes crônicos; recuperação de postos de saúde; construção de 30 unidades para atender casos de urgência, mas que não precisam ser encaminhados para um hospital ou pronto-socorro; ampliação do Programa Saúde da Família (PSF); o Programa Mãe Paulistana, em que a gestante terá assegurado o seu pré-Natal na rede pública e vale-transporte para ir às consultas; e até o passe saúde, que daria passagem livre nos ônibus municipais para pacientes carentes ou desempregados realizarem exames médicos.

Com exceção dos dois últimos, que pouco avançaram nesses seis meses, o restante deu os primeiros passos. O envio de remédios pelos Correios começa, segundo o governo, com um projeto-piloto neste ano na zona sul. Em julho, serão inauguradas 2 das 30 novas unidades de emergência. Sobre o PSF, a Prefeitura diz que ampliou de 647 equipes para 767.

"Parte da saúde está no pronto-socorro, necessitando de atendimento rápido e eficaz. É aquela coisa que o médico olha e diz 'é grave'. Estamos estancando o sangramento", brinca Cristina.

Até o fim deste ano, ela promete melhorar o atendimento dos prontos-socorros, entregar as 30 novas unidades de emergência e resolver "definitivamente" a falta de remédios distribuídos gratuitamente.