Título: Saldo recorde no ano tem ajuda decisiva de estatais
Autor: Sheila D'Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2005, Economia & Negócios, p. B6

O superávit primário recorde do setor público nos primeiros cinco meses do ano deve muito às estatais federais. O governo previa, no seu decreto de contingenciamento de fevereiro, que essas empresas registrariam déficit de R$ 1,8 bilhão de janeiro a maio. Nesse período, no entanto, houve um superávit de R$ 1,9 bilhão. Ou seja, o resultado primário das estatais federais foi R$ 3,7 bilhões melhor do que o previsto. A maior surpresa ocorreu com a Petrobrás. O governo previa que a empresa apresentaria um déficit acumulado no período de R$ 3,8 bilhões, mas a estatal terminou com um resultado negativo de apenas R$ 1,15 bilhão - uma melhora de R$ 2,65 bilhões.

Uma análise feita pelo Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest) mostrou que a melhoria do resultado decorreu dos atuais preços dos combustíveis e do aumento das vendas acima do previsto.

Outra boa surpresa veio do Grupo Eletrobrás, que tinha um superávit previsto de R$ 597 milhões para os primeiros cinco meses e terminou com um superávit de R$ 1,762 bilhão.

O aumento significativo do resultado foi provocado, principalmente, pela valorização do real. A energia comprada pela Eletrobrás de Itaipu, que é cotada em dólar, ficou bem mais barata com a desvalorização da moeda americana frente ao real.

Em Itaipu, o resultado foi prejudicado exatamente pela queda do real. Mesmo assim, a empresa conseguiu um superávit de R$ 1,56 bilhão - a previsão era de R$ 1,95 bilhão. As demais estatais não-financeiras também apresentaram resultado fiscal melhor do que o previsto.

A estimativa inicial era de que elas registrariam um déficit de R$ 538 milhões, mas apresentaram um déficit de R$ 287 milhões.