Título: Vistoria aponta outro dono
Autor: Biaggio Talento
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2005, Nacional, p. A9

Agência evita fazer comentários sobre acusações

Carvic comprou terras do Itaú, assegura Planer Engenharia SILÊNCIO: Apesar de assegurar que é proprietária de sete fazendas em São Desidério (BA), a agência DNA Propaganda não se pronunciou ontem a respeito das acusações de falsidade ideológica e uso de documento falsos contra os sócios Marcos Valério Fernandes de Souza e Francisco Castilho. Até o início da noite, a Assessoria de Imprensa da agência não havia atendido à reportagem do Estado. Mariângela Gallucci Eduardo Kattah BRASÍLIA O advogado da SCAM Propaganda, Erik Franklin Bezerra, pediu ontem à Justiça do Distrito Federal que reconsidere a decisão que aceitou as Fazendas Barra 1, 2 e 3 como penhora em ação que move contra a agência DNA, do empresário Marcos Valério Souza. Bezerra afirma que as terras na Bahia apresentadas pela DNA pertencem na realidade à empresa Carvic Empreendimentos Ltda., de Victor Abu Nehmi Filho.

Na ação, a SCAM cobra R$ 2 milhões da DNA por supostos serviços prestados. O advogado quer que a Justiça determine a penhora de R$ 2 milhões depositados em contas da DNA. Para embasar o pedido, ele também citou os últimos acontecimentos no País, com a suspeita de envolvimento de Valério em corrupção.

Uma vistoria encomendada pela SCAM e realizada em julho de 2003 pela Planer Engenharia, da Bahia, afirma que a Carvic comprou as fazendas do Banco Itaú. Segundo a defesa da SCAM, em São Desidério, onde estão as fazendas nunca se ouviu falar da DNA.

A defesa da SCAM ressalta que as fazendas tiveram valorização recorde, de R$ 150 mil para R$ 5,9 milhões. Bezerra alertou a Justiça para o fato de que essa valorização não ocorreria nem mesmo em Tóquio ou Nova York.

O advogado da DNA no caso, Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho, afirmou que as fazendas são da empresa e que foram adquiridas em 2002. "A empresa comprou porque achou que era um bom investimento", disse.

Pereira Sobrinho afirmou que a SCAM e seu advogado ligaram para a DNA tentando "forçar um acordo". Bezerra confirmou que foi feito um contato para verificar se a DNA "tinha uma proposta de acordo". No entanto, não houve acerto.