Título: Nem ligaram o forno, mas comércio já comemora
Autor: Agnaldo Brito
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/07/2005, Economia & Negócios, p. B12

Como maior empregadora, a Prefeitura de São José do Belmonte é exemplo da distorção do setor público. São 37,5 funcionários para cada grupo de mil habitantes.

A cidade tem população de 32 mil pessoas.

A cidade de São Paulo tem 130 mil servidores e uma relação de 12,46 funcionários para cada grupo de mil habitantes.

Os 1,2 mil servidores incham a administração direta, mas nem por isso há benefícios para os munícipes.

Apesar do quadro, faltam funcionários para saúde e educação.

Sobram motoristas e garis.

"Com 800 funcionários em lugares certos, o município estaria muito melhor", admite o prefeito Rogério Leão (PL), aliado do ex-presidente da Câmara dos Deputados Inocêncio de Oliveira.

A receita mensal é de R$ 1,1 milhão, metade repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Os tributos locais têm peso quase nulo - R$ 20 mil por ano de IPTU.

Com a siderúrgica, a situação pode mudar.

Por mês, a previsão é que o pagamento de ICMS renda R$ 1 milhão.

Parte desse valor voltará ao município.

Leão, que assumiu a administração em janeiro deste ano, não sabe qual o atual nível de desemprego da cidade.

Sabe que é elevado e que as 250 vagas prometidas pela Cosiper serão de enorme ajuda, reduzindo a pressão sobre o município.

A circulação de moeda na cidade, basicamente com a massa salarial, pode superar os R$ 100 mil por mês.

Parece pouco, mas já equivale a 20% da receita mensal paga pela Prefeitura em renda salarial.

"Não vejo a hora de o `Forno¿ funcionar.

O comércio já comemora", afirma Djalmira de Carvalho Novaes Barros, um das proprietárias da Loja Reino Encantado, no centro da pequena São José de Belmonte.

Por enquanto, para vender, o estabelecimento não tem opção.

Venda a crédito.

Dívidas de R$ 5 e R$ 10 ficam meses em aberto.