Título: IPC de São Paulo mostra deflação de 0,23%
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/07/2005, Economia & Negócios, p. B4

O Índice de Preços ao Consumidor da cidade de São Paulo (IPC-SP) teve deflação de 0,23% em junho, ante aumento de 0,73% apurado em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IPC-SP é calculado com base na estrutura de despesas de famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos. Já na cidade do Rio de Janeiro o IPC despencou em junho, com alta de apenas 0,02%, ante aumento de 0,75% em maio, o menor resultado em nove meses.

Segundo a FGV, o recuo de preços no grupo Alimentação (1,23%) puxou para baixo a inflação do varejo no mês. Na avaliação do economista da FGV André Braz, o recuo de preços em Hortaliças e Legumes (13,86%) foi fundamental para a inflação menor. Braz diz que a queda de preços em hortaliças, segmento muito volátil e suscetível à problemas climáticos, levou à deflação no grupo Alimentação. Se fosse excluída a queda de preços em hortaliças, os preços do grupo Alimentação teriam subido 0,39% em junho.

DIEESE

O preço da alimentação em junho caiu em 12 das 16 capitais em que o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) faz a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, o que ratifica as quedas mostradas pelos indicadores de preços ao consumidor naquele mês. As altas concentraram-se na Região Nordeste. Em Aracaju, houve alta de 3,06%; em João Pessoa, 3%; em Fortaleza, 1,96%; e em Recife, 1 ,01%. O fato que mereceu destaque do Dieese é que as altas ocorreram só nas localidades em que o preço do tomate subiu.

Entre as cidades em que os preços caíram, os movimentos mais expressivos foram em Brasília (7,37%), Belo Horizonte (6,81%) e Belém (5,08). São Paulo voltou a ter a cesta básica mais cara, de R$ 183,14, apesar de o valor ser 2,91% inferior ao de maio.