Título: Mercado projeta inflação menor
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/07/2005, Economia & Negócios, p. B4

BRASÍLIA - O mercado financeiro reduziu as projeções de inflação para este ano de 6,05% para 5,94%, revela pesquisa semanal do Banco Central (BC) divulgada ontem. Foi a primeira vez que as estimativas ficaram abaixo dos 6% desde o início de abril deste ano, quando as previsões estavam próximas de 5,9%. O porcentual projetado, porém, ainda está acima dos 5,1% perseguidos pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar disso, o mercado financeiro não acredita que o Copom volte a elevar os juros nas próximas reuniões deste ano. A expectativa, pelo contrário, é que a taxa comece a recuar em setembro e feche o ano em 18%, ainda acima dos 16% de antes do ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2004. A tendência, de acordo com a pesquisa do BC, é que os juros sejam mantidos em 19,75%, apenas neste e no próximo mês.

As expectativas de crescimento econômico, por sua vez, pararam de cair e se estabilizaram em 3% para este ano. Apesar de estável, o porcentual estimado pelo mercado é inferior aos 3,4% projetados pelo próprio BC no Relatório de Inflação divulgado semana passada.

A perspectiva é mais otimista que a de alguns analistas, que acreditam na possibilidade de o crescimento ficar abaixo dos 3%. Para 2006, as estimativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) continuaram estáveis em 3,50% pela nona semana seguida. Já as estimativas de superávit comercial, ao mesmo tempo, aumentaram de US$ 35 bilhões para US$ 35,45 bilhões, após seis semanas de estabilidade das previsões.

As expectativas de superávit nas contas externas aumentaram pela segunda semana consecutiva e avançaram de US$ 9,35 bilhões para US$ 9,50 bilhões. O novo aumento deixou as estimativas ainda mais distantes da projeção de US$ 4,6 bilhões feita pelo próprio BC. As perspectivas de superávit da balança comercial em 2006 aumentaram para US$ 29,97 bilhões e se aproximaram da marca dos US$ 30 bilhões.