Título: Sanasa rejeita acerto da Petros
Autor: Carlos Marchi e Silvana Guaiume
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2005, Nacional, p. A12

O presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. de Campinas (Sanasa). Luiz Augusto Castrillon de Aquino, não aceitou as explicações da Petros para a terceirização da gestão de passivo de seu plano. Ele pediu que o fundo de pensão assuma a gestão e afaste o consórcio contratado para isso - a PriceWaterhouseCoopers, a Kiman Solutions e a Globalprev. Em sua página na internet, a Petros diz que o contrato já foi rompido porque "o cliente tem sempre razão". "Contratamos a Petros e não aceitamos a terceirização. Na coisa pública, vale o que está escrito e nosso convênio é com a Petros", argumentou o dirigente da Sanasa. O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, e o presidente do Conselho de Administração, Wilson Santarosa, foram ontem à Sanasa, em vão, para convencer Aquino a aceitar a terceirização, Através de sua página na internet, a Petros disse que "as ponderações não foram compreendidas pela direção da Sanasa".

De acordo com Aquino, o plano foi criado em abril deste ano e teve a adesão de 1.022 dos 1.612 funcionários da Sanasa. O presidente da sociedade explicou que os empregados recolhem R$ 160 mil mensais para o fundo e a Sanasa paga R$ 154 mil. O convênio prevê pagamento de R$ 16 por funcionário para a Petros administrar o plano. A Globalprev divulgou em nota que recebia R$ 3,3 mil mensais por serviços prestados "em alguns processos de gerenciamento".

No ano passado, a Globalprev foi contratada pelo sindicato dos servidores da Sanasa e cobrou R$ 167 mil para elaborar um estudo inicial sobre o plano de previdência complementar da autarquia. "A empresa foi indicada pelo sindicato", explicou Aquino. A entidade arcou com R$ 44 mil para a elaboração do projeto e a Sanasa custeou o restante do custo. O relatório foi aprovado pela autarquia, que decidiu firmar o convênio com a Petros.

A Petros é o maior fundo multipatrocinado do País e vem desenvolvendo esse tipo de expertise desde a década de 90. Especialistas do setor, consultados pelo Estado, asseveraram ontem que a Petros tem totais condições de fazer a gestão de ativos dos planos externos que administra porque tem uma forte experiência na área e uma estrutura interna qualificada para tal. Esses especialistas afirmam que a contratação de consultorias externas para isso "é um capricho".