Título: Antes de sair, Costa aumenta gastos na Saúde
Autor: Tânia Monteiro e Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2005, Nacional, p. A13

O Diário Oficial da União de ontem refletiu o frenesi em que vive o Ministério da Saúde desde a semana passada, quando cresceram os rumores da troca do ministro Humberto Costa: portarias da pasta ocupam 31 páginas do jornal. São 32 assinadas pelo ministro e 11 pelo secretário de Atenção à Saúde, Jorge Solla. Boa parte, envolvendo recursos. Costa também anunciou em São Paulo o aumento de valores pagos para procedimentos de média complexidade, o que terá impacto anual de R$ 402 milhões. Além disso, irão R$ 10 milhões para expansão do Programa de Saúde da Família R$ 4,2 milhões para pesquisas sobre o programa e R$ 4,3 milhões para aumento do teto do Paraná.

"Não parei para contar quanto mobilizamos", disse Solla. "Mas o fato é que estava tudo planejado, orçado. Nada é extemporâneo. Tudo o que se vê agora é fruto de trabalho sério, de uma equipe competente." Para ele, a opção por concretizar todas as medidas num pacote foi estratégica. "Quisemos fazer um bloco, com várias ações sobre atenção básica de saúde." Ele antecipa que nos próximos dias mais páginas do DO serão preenchidas pela Saúde.

Entre as portarias, algumas podem ser consideradas de pequeno impacto. Outras, porém, terão conseqüências marcantes, como a mudança na forma de pagamento de hospitais filantrópicos, que segue a política de reforma do sistema hospitalar.

O secretário nega que haja um mutirão para limpar gavetas do ministério, contrariando impressão dos próprios funcionários, que ainda atribuem a reviravolta na indicação do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária aos rumores da saída de Costa. Até o início da semana passada, todos acreditavam que Cláudio Maierovitch, que ficou no posto nos últimos três anos, seria reconduzido. Maierovitch, que cumpre agora período de quarentena, teve seu nome aprovado no Senado semana passada.

Na sexta-feira, porém, foi nomeado para o cargo o diretor Dirceu Raposo de Melo. A mudança repentina é atribuída ao fato de que o ministro tinha pressa em escolher alguém de sua confiança para o posto.