Título: Lula anuncia hoje nomes do PMDB para três ministérios
Autor: Tânia Monteiro e Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2005, Nacional, p. A13

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ontem à noite, em reunião no Palácio do Planalto, à primeira etapa da reforma ministerial. Formalizou o convite a dois peemedebistas mineiros - o senador Hélio Costa, para o Ministério das Comunicações, e o deputado Saraiva Felipe, para a Saúde - e confirmou o presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, para o Ministério de Minas e Energia. O anúncio oficial dos três nomes será feito hoje de manhã, antes de Lula embarcar para a Escócia, onde vai a encontro do G-8. A participação do PMDB no governo deverá ficar mesmo nas três pastas, embora ainda ontem o partido negociasse a possibilidade de ficar com quatro. A carta distribuída pelo líder do PMDB, José Borba, atacando o governo e jogando mais lenha na crise, foi decisiva para Lula encerrar as conversas e convidar, de uma vez por todas, Costa, Felipe e Rondeau.

O Ministério das Cidades deve continuar na mão do petista Olívio Dutra. Mas as mudanças nos ministérios em poder do PT deverão ficar para a segunda etapa da reforma, prevista para depois da volta de Lula da França, em meados de julho.

O ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, que participou das negociações, de acordo com informações no Planalto, estava dando como encerrada a sua participação na coordenação política. Rebelo, que é do PC do B, confidenciou a amigos estar cansado do constante processo de fritura a que estava sendo submetido e aguarda a sua transferência para o Ministério do Trabalho, no lugar do petista Ricardo Berzoini.

Auxiliares davam conta, ontem, de que Lula segurou Rebelo até o final justamente para mantê-lo no governo. Rebelo avisou que não disputará as eleições de 2005 - exigência do presidente para manter ministros no cargo.

Por enquanto, o PP, partido do presidente de Câmara, Severino Cavalcanti (PE), continuará sem representante na Esplanada dos Ministérios. O líder do partido, José Janene (PR), disse que "há um contentamento da bancada em ficar fora do governo neste momento". Segundo ele, os deputados entendem que o melhor, agora, é dar apoio eventual ao Planalto.