Título: Em nota, Furnas repudia denúncia de petebista
Autor: Felipe Werneck
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2005, Nacional, p. A5
O diretor-presidente de Furnas Centrais Elétricas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, sustentou ontem que a "sistemática de controle" dos procedimentos financeiros da estatal torna "impossível" o esquema de desvio de dinheiro relatado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Em carta de "esclarecimento" divulgada à imprensa, ele respaldou a defesa dos três diretores afastados anteontem após as denúncias. Ouvido por Oliveira, Dimas Fabiano Toledo, que ocupava a diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção, "negou com veemência que tenha abordado com terceiros assuntos relativos à utilização de recursos da empresa".
Segundo Jefferson, Toledo descrevera um esquema que movimentaria todos os meses sobra de caixa de cerca de R$ 3 milhões, que iria para um caixa 2 e beneficiaria o PT nacional, o diretório mineiro do partido, a diretoria da estatal e deputados que trocaram o PSDB por legendas da base aliada. Toledo é funcionário de carreira há três décadas.
A nota diz ainda que o diretor José Roberto Cesaroni Cury (Financeiro) informou que "não tratou dessa questão" e o diretor Rodrigo Botelho Campos (Gestão Corporativa) afirmou que nunca encaminhou qualquer doação ao PT de Minas. "Assim, mesmo diante de denúncias vazias - e que o controle torna inverossímeis -, optaram pelo licenciamento."
PADRINHOS
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), informou ontem que os padrinhos da nomeação de Cury para a diretoria financeira de Furnas foram os deputados Osmânio Pereira (hoje PTB-MG), Salvador Zimbaldi (hoje PTB-SP) e Luiz Piauhylino (hoje PDT-PE), que deixaram o PSDB em 7 de agosto de 2003, mesmo dia em que encaminharam a indicação ao governo.