Título: Peritos analisam contas da Vasp
Autor: Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2005, Economia & Negócios, p. B13

O juiz Alexandre Lazzarini, titular da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, nomeou ontem dois peritos para que eles verifiquem, dentro de um prazo de 20 dias, se a Vasp tem condições de apresentar toda a documentação necessária para que ela possa ingressar na recuperação judicial. Quando a comissão de intervenção da Vasp apresentou o pedido de recuperação judicial, na última sexta-feira, ficaram faltando as demonstrações contábeis referentes aos últimos três exercícios sociais, incluindo balanço patrimonial e relatório de fluxo de caixa e sua projeção. A Lei de Recuperação de Empresas estabelece o prazo de 10 dias para as empresas postulantes apresentarem toda a documentação. No entanto, o juiz justificou a extensão do prazo e a nomeação dos peritos "em face da peculiaridade da intervenção existente e do tamanho da empresa, de cunho nacional".

Foram nomeados como peritos o advogado Alfredo Luis Kugelmas e o contador José Vanderlei Masson dos Santos. Além de verificar se a Vasp tem condição de apresentar a documentação contábil, os peritos deverão analisar se a documentação que já foi apresentada está formalmente em ordem.

Em seu despacho, Lazzarini diz ainda que a viabilidade da recuperação judicial da Vasp não está em discussão neste momento, mas sim, "tão somente a possibilidade de se preencher os requisitos legais para se obter o processamento". Ele afirma ainda acreditar que "os interventores têm a intenção de, ao menos, reorganizar a Vasp no aspecto administrativo, de modo a viabilizar a apuração da situação da empresa".

A Vasp tem cinco dias para depositar os honorários dos peritos, no valor de R$ 1,2 mil para cada um. Além dos peritos, a própria comissão de intervenção "contratou", sem honorários, dois contadores para ajudá-la na organização das informações. O interventor interino, Reginaldo Alves de Sousa, considerou "natural" a decisão do juiz, por conta dos problemas enfrentados pela própria comissão de intervenção."Vamos fazer o possível e o impossível para estar tudo em dia na data solicitada pelo juiz", disse Sousa. "Vamos trabalhar a todo vapor, não vai ter um segundo de trégua." Apesar de não terem recebido o último salário, os quase 150 trabalhadores que ainda restam na Vasp estão entusiasmados com a possibilidade de voltar a prestar serviços de manutenção e de carga.