Título: Nota da empresa diz que não há irregularidade
Autor: Biaggio Talento
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2005, Nacional, p. A8

Nota da agência DNA diz que seus documentos têm a 'chancela oficial de cartório e do Poder Judiciário' Eduardo Kattah BELO HORIZONTE A DNA Propaganda não se pronunciou ontem a respeito das informações de que as fazendas Bom Jesus I e II são fictícias. A diretoria da agência divulgou nota "repudiando" as notícias sobre as propriedades rurais que alega possuir no oeste da Bahia. Cópias dos ofícios de imóveis das 8 fazendas, registradas em São Desidério, foram encaminhadas para a imprensa. Nos ofícios de venda, de 24 de janeiro de 2002, Laurita Maria da Conceição Araújo aparece como antiga proprietária das duas fazendas. Questionada pelo Estado, a assessoria de imprensa da DNA disse que a declaração oficial da empresa "se exaure" na nota divulgada. No comunicado, assinado pelo presidente Francisco Marcos Castilho Santos e pela vice-presidente Margareth Maria de Queiroz Freitas, a empresa repudia "com firmeza notícia sobre suposta 'falsidade ideológica' e 'uso de documento falso' na ação em garantia a pagamento de dívida, apresenta certidões de posse das referidas fazendas, expedidas por Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas".

"Ao oferecer à imprensa e à opinião pública documentos com a chancela oficial de cartório e do Poder Judiciário, a DNA recorre ao depoimento de instituições nacionais. Cabe pedir à atenção das autoridades e da sociedade no sentido de que a confiança nas instituições é o último reduto da normalidade democrática", conclui a nota.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou ontem que a Procuradoria Federal Especializada junto ao órgão em Belo Horizonte está reavaliando e analisando "a fundo" o processo em que recebeu como garantia seis propriedades rurais no nome da DNA para cobrir dívidas previdenciárias. Anteontem, diante das denúncias de irregularidades, o INSS pediu vistas e o processo foi retirado da 23.ª Vara Federal da capital mineira.

Entre as seis supostas fazendas, estão a Bom Jesus I e II e Barra I, II, III - estas três últimas também foram dadas como garantia em processo movido pela Scam Propaganda contra a DNA. Na ação, os sócios Marcos Valério e Francisco Castilho respondem às acusações de falsidade ideológica e uso de documento falso. As três fazendas pertenceriam, na verdade, à agropecuária Carvic.

Segundo o INSS, a dívida foi feita entre janeiro de 1996 e fevereiro de 2000 e soma R$ 8,7 milhões. As seis fazendas, segundo a DNA, foram adquiridas de 1999 a 2002, por total de R$ 550 mil. Em outubro de 2003, elas foram avaliadas em R$ 9,160 milhões por um oficial de Justiça de São Desidério. Na nota divulgada pela manhã, a DNA informava que entregaria à imprensa o laudo de avaliação assinado por Landulfo V. da Silva, mas não cumpriu a promessa.