Título: Henry incha PP em seu Estado
Autor: Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2005, Nacional, p. A10

Partido passou de nanico a segundo maior em prefeituras no MT

O deputado Pedro Henry (PP-MT), que depôs anteontem no Conselho de Ética da Câmara, elevou o PP de nanico a um dos principais de Mato Grosso. Ele se elegeu em 2002, quando o PP, com o PPS e o PFL, fez parte da aliança de apoio ao governador Blairo Maggi (PPS). Em 2004, o PP foi a legenda com melhor desempenho nas urnas. Lançou 31 candidatos a prefeito e 250 a vereador. E elegeu 22 prefeitos (71% dos candidatos) e 154 vereadores (61%). Virou o segundo partido em número de prefeituras, atrás apenas do PPS. A maior parte na região de Cáceres, cidade do oeste do Estado onde Henry elegeu seu irmão Ricardo Henry prefeito e é apontado como responsável por um esquema de compra de candidaturas, como divulgou o Estado na quarta-feira.

A mais nova cartada foi a filiação em massa ao PP de parlamentares e prefeitos, há pouco mais de 30 dias. Num único dia foram filiados 4 deputados estaduais vindos do PTB (José Riva e Alencar Soares), do PFL (Campos Neto) e do PSB (Eliene Lima). Com as adesões, o PP passou a ter cinco deputados na Assembléia Legislativa, empatado com PPS e PFL na posição de maior bancada. Também aumentou o número de prefeitos em 12 e o de vereadores em 100.

Presidente do diretório estadual, o deputado Chico Daltro considera o fortalecimento do PP uma conquista de Henry e resultado do sucesso eleitoral de 2004. "Já em 2003, após Henry ser eleito com 120 mil votos, houve uma migração de políticos locais ao PP. As novas filiações são continuidade desse processo de crescimento."

Daltro disse que o crescimento do PP em Mato Grosso está atrelado a um processo de fortalecimento nacional. Mas acabou arranhado pelas denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que acusa o PP de ser um dos beneficiados com o "mensalão" e diz que integrantes do PP tentaram comprar a filiação de petebistas.

CONSELHO

Ontem, no Conselho de Ética, Pedro Henry negou que tivesse oferecido dinheiro para parlamentares em troca de suas filiações. Ele explicou que, quando foi líder do PP na Câmara, convidou deputados de outros partidos para se filiarem. "Na função de líder, isso é normal. Confesso que conversei inúmeras vezes com vários deputados, mas nunca ofereci compensação financeira." Ele admitiu ter oferecido outros tipos de compensações, como relatorias e presidências do PP nos Estados.

Segundo cálculos de Henry, o PP recebeu 24 deputados no governo Lula - 17 enquanto ele era líder da bancada (2003 e 2004). No mesmo período, 18 deixaram o partido. Apesar dos problemas, o deputado disse não ter desistido de seu projeto político para 2006: ser candidato ao Senado com o apoio do governador Maggi. "Só acho que não é hora para falar nisso."