Título: Canhedo quer interferir na recuperação da Vasp
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/07/2005, Economia & Negócios, p. B14

O empresário Wagner Canhedo, dono da Vasp, entrou com uma petição na 1ª Vara de Falências e Recuperação de Empresas para que possa se manifestar antes do julgamento do pedido de recuperação judicial da companhia aérea. O pedido de recuperação foi feito na última sexta-feira pela comissão de intervenção que desde março está à frente da gestão da Vasp. Na petição, formalizada segunda-feira, a advogada Regina Aparecida Canhedo, parente do empresário e funcionária da Vasp, pede vistas ao processo e um prazo de cinco dias para que Canhedo se manifeste. Em sua justificativa, a advogada diz que a intervenção judicial foi feita "ao arrepio da lei, em precedente inédito no País". Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, a petição será apreciada até o fim desta semana.

A Vasp não voa desde janeiro e está sob intervenção da Justiça do Trabalho desde o dia 10 de março. Os bens do grupo econômico Canhedo estão indisponíveis e já foi decretada a penhora de parte deles, num valor de R$ 75 milhões, para pagar dívidas trabalhistas.

Apesar de classificar a intervenção de ilegal, há cerca de dois meses Canhedo firmou um acordo com os trabalhadores, em audiência na sala do juiz do Trabalho Homero Batista da Silva, titular da 14ª Vara, no Tribunal Regional do Trabalho. O acordo foi descumprido por Canhedo.

Na terça-feira, o juiz Alexandre Lazzarini, titular da 1ª Vara, nomeou dois peritos para apurar, em 20 dias, se a Vasp tem condições de apresentar toda a documentação contábil exigida pela nova Lei de Falências.