Título: Para Viva Rio, Brasil entra em clube restrito
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/07/2005, Metrópole, p. C3

Para o coordenador do Projeto de Controle de Armas da ONG Viva Rio, Antonio Rangel, o referendo sobre o comércio de armas já é, em si, uma vitória para o Brasil, vice-líder em mortes por armas de fogo no mundo, com cem casos por dia. "Somos o primeiro País que submete a voto questões relacionadas a armas. Isso nos coloca num clube muito restrito da democracia." O coronel da reserva José Vicente da Silva Filho, pesquisador e ex-secretário nacional de Segurança Pública, não tem dúvidas da eficácia do desarmamento para a redução do número de mortes por armas de fogo. Segundo ele, a maioria dos crimes desse tipo tem motivação banal. "Bandido é bandido, e não respeita a lei. Mas essa restrição pega o cidadão comum."

Potencialmente, é esse o tipo de pessoa que usa arma de fogo para matar um desafeto,se vingar de alguém. "A arma modifica o comportamento das pessoas."

Já o Movimento Viva Brasil, ONG criada para defender mais debate sobre o uso de armas, questiona a eficácia da lei. O presidente da entidade, Bene Barbosa, afirma que é preciso combater primeiro o tráfico de armas. Hoje, segundo ele, há 30 mil armas ilegais no País.

"Além disso, o Estatuto do Desarmamento já criou tanto empecilho que hoje praticamente não há venda de armas."