Título: Pesquisa contratada para Câmara na mira da CPI
Autor: Luciana Nunes Leal e João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/07/2005, Nacional, p. A10

Uma das prestações de serviço da agência de publicidade SMPB à Câmara foi a contratação do Instituto Vox Populi para realização de duas pesquisas de opinião em todo o País. Os contratos somaram R$ 757.230,60 e serão objeto de investigação da CPI dos Correios. Os parlamentares desconfiam do fato de a agência, antes de fechar o contrato, ter feito tomada de preço com apenas mais duas empresas de menor porte, a Análise e Síntese e a Cristina Pacheco.

Institutos de pesquisa com tradição em levantamentos nacionais não foram consultados pela SMPB. O Vox ganhou por apresentar o menor preço, diferença de menos de R$ 10 mil.

Os parlamentares também consideram que o objetivo de avaliar a imagem da Câmara foi extrapolado, pois havia perguntas, por exemplo, sobre a avaliação do governo Lula. Os contratos foram feitos em março e junho de 2004, na gestão do petista João Paulo Cunha (SP) na presidência da Câmara. "Estas pesquisas me causaram espécie por causa do valor superior a R$ 700 mil", disse o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), integrante da CPI dos Correios. A primeira pesquisa, de março, custou R$ 347.730,60. A segunda, de junho, teve valor um pouco mais alto: R$ 409.500.

Diretor de Comunicação na época, Márcio Marques disse que a intenção era "avaliar a percepção da sociedade" sobre a Câmara e conhecer a avaliação sobre as votações e as reformas aprovadas no Legislativo. Marques disse que, entre vários serviços prestados pela SMPB, estava a reformulação da TV Câmara, para ficar "menos chapa branca". Segundo Marques, os maiores gastos, que somaram R$ 6 milhões, foram para ampla campanha institucional com o lema "A Câmara pertence a você.