Título: Sócios da Globalprev negam favorecimento
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/07/2005, Nacional, p. A12

Os donos da Globalprev, Wanderley José de Freitas e Augusto Tadeu Ferrari, que representa o filho Rafael, apresentaram ontem números e carnês de recolhimento de impostos e negaram que a empresa tenha sido favorecida em contratos com fundos de pensão estatais depois que o ex-sócio Luiz Gushiken deixou o negócio para integrar o governo. Os dois disseram ainda que o aumento no faturamento da empresa em 2003 foi de 63% e não de 600%.

Os sócios mostraram carnês de recolhimento e disseram desconhecer por que a prefeitura tem registros diferentes. "Falha no recolhimento não foi", garantiu Freitas. Em 2001, a Globalprev declarou faturamento de R$ 738,5 mil, mas a prefeitura não registra pagamento de imposto. Em 2002, declarou R$ 645 mil, mas a prefeitura indica recolhimento sobre R$ 151 mil.

Freitas afirmou que a Globalprev começou a ter contratos com fundos de pensão em 2003 porque mudou sua estratégia de atuação. Contou que atende a Petros, Previ, Portus, Capaf, Cifrão e Postalis, mas não falou em valores. Eles disseram desconhecer indicações feitas para cargos nos fundos. E insistiram que a saída de Gushiken para integrar o governo não teve nenhum impacto, positivo ou negativo, sobre os negócios da Globalprev.

Freitas contou que conheceu o ministro em 1998 e Ferrari estudou com Gushiken na universidade. Mas alegaram quase não manter contato. "A última vez que falei com ele faz quase dois anos, para perguntar como estava de saúde", disse Freitas.

A empresa, disseram, se mudou para a casa da mulher do ministro, Elizabeth, em 2000, quando a família já não morava mais lá. Alegaram que mantiveram o contrato de locação mesmo depois de o ministro ter se afastado do negócio, mas não apresentaram o contrato.