Título: Marinho, da CUT, assume o Trabalho
Autor: Leonencio Nossa
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/07/2005, Nacional, p. A17

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, assumirá na próxima semana o Ministério do Trabalho, substituindo Ricardo Berzoini (PT-SP), que volta a ocupar uma cadeira na Câmara. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião de quase cinco horas com os principais ministros, na manhã de ontem, na residência da Granja do Torto. Após o encontro, foi anunciado que o presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, também deixará o cargo, para disputar uma cadeira no Senado por Sergipe no próximo ano.

Na lista dos ministros que não disputarão cargos em 2006 - exigência o presidente para continuar no governo - e querem continuar na Esplanada estão Olívio Dutra (Cidades), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência).

Amigo do presidente, Marinho é o terceiro petista a assumir a pasta do Trabalho. Jaques Wagner, hoje ministro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social, foi o primeiro a conduzir o ministério.

"Sou soldado do projeto de ajudar o governo a sair da crise", afirmou Marinho. "Se tivesse tudo na normalidade, eu nem pensaria na possibilidade de virar ministro."

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Foi o próprio sindicalista que anunciou que seria ministro, após a reunião no Torto, que contou com a presença dos ministros Antonio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Minas e Energia) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça), além do governador do Acre, Jorge Viana (PT).

Marinho contou que era "boataria" a versão de que o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, seria o novo ministro. A orientação dada por Lula, segundo Marinho, é de que defenda harmonia no governo.

O sindicalista afirmou que terá "apoio de todas as centrais na nova missão" e a CUT tem "lideranças gabaritadas" para continuar na ação de apoiar o governo. Marinho afirmou que anunciará seu substituto na entidade em uma ou duas semanas.

"Na nova trincheira, vamos continuar a pensar na recuperação do salário mínimo", disse o novo ministro. "Vou tratar disso com carinho."

Ele afirmou que o presidente pretende reforçar a base no Congresso, com a volta de Berzoini à Câmara, mas ao mesmo tempo manter uma equipe forte de governo. Lula o teria sondado para o cargo na semana passada. "Mas o convite só veio hoje (ontem) e eu disse OK."