Título: Executiva decide manter eleição interna para setembro
Autor: Ana Paula Scinocca e Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/07/2005, Nacional, p. A5

A executiva do PT decidiu manter a eleição interna do partido para setembro. Diante da crise que atinge a sigla e o governo e que levou ao afastamento de José Genoino da presidência do partido, alguns integrantes da cúpula petista, especialmente do Campo Majoritário - ala dominante - defendiam o adiamento do Processo de Eleição Direta (PED). As tendências de esquerda tinham posição contrária, porque vêem na eleição e no processo de renovação as chances de conseguirem alterar a correlação de forças na legenda. O novo presidente do PT, Tarso Genro, tinha assegurado anteontem, ao assumir o comando do partido, que a eleição só seria adiada se houvesse consenso entre os integrantes da executiva. Mas ontem, antes da reunião, representantes da esquerda não escondiam a apreensão em relação à transferência da eleição interna, marcada para 18 de setembro.

Um dos mais aflitos era Markus Sokol, candidato a presidente do PT pela tendência O Trabalho. "(O adiamento) É um golpe. Em qualquer lugar do mundo, quando um processo eleitoral que está em curso é adiado, isso caracteriza um golpe. Não há outra palavra", comentou ele, antes da reunião.

A manutenção da data da eleição foi decidida por unanimidade, de acordo com Tarso. Ele não admite, mas deve ser candidato a presidente na chapa do Campo Majoritário, na vaga deixada por Genoino. "Quero contribuir para reorganizar o Campo Majoritário de maneira mais aberta, incorporando outras forças", disse ele, que, oficialmente, "não carta nem descarta" a disputa.

No total, a presidência será disputada por sete pessoas. Além de Tarso e Sokol, também estão na disputa Maria do Rosário, Raul Pont, Valter Pomar, Plínio de Arruda Sampaio e Luiz Gonzaga da Silva. ;