Título: Preso do semi-aberto planejou seqüestro
Autor: Mariângela Gallucci
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Metrópole, p. C4

Um preso que cumpria pena em regime semi-aberto planejou o seqüestro da família de um funcionário público para que a mulher da vítima, funcionária de uma joalheria, fosse ao trabalho e retirasse R$ 86 mil em ouros e pedras preciosas. O marido e a filha de 1 ano foram mantidos reféns até que a mulher deixou a sacola com as jóias na calçada de uma rua da Praia Grande, no litoral. Durante a apuração, a polícia descobriu que o presidiário Fábio Scielzo Santchantcik, de 20 anos, aproveitava-se do direito de sair da prisão para trabalhar. De fato. Fora das grades, ele usava o tempo para praticar seqüestros. Além dele, os investigadores descobriram a participação no seqüestro da família de Alexandre Santchantcik, de 24, e do mecânico Orlando Miguel César Garcia, de 55. Todos foram presos na sexta-feira. Um quarto acusado, Luciano Alves da Silva, de 19, escapou.

"Eram ladrões que decidiram praticar o seqüestro quando viram que a vítima trabalhava na joalheria", disse o delegado Everardo Tanganelli, diretor da Polícia Civil da Baixada Santista. A família havia sido apanhada às 20h30 de 24 de maio, quando chegava em casa no Jardim Guilhermina, na Praia Grande. As vítima foram levadas para dois cativeiros diferentes e só foram libertadas na manhã do dia seguinte.

A polícia encontrou um dos imóveis usados pelo bando e também apreendeu um dos carros usados pela quadrilha. As vítimas reconheceram os acusados e o local usado como cativeiro. Além dos quatro homens, duas mulheres também estariam envolvidas no crime. Elas estão sendo procuradas.

FILHO DE EMPRESÁRIO

Na tarde de ontem, policiais militares encontraram o cativeiro do filho do proprietário de um supermercado de Santos. Sete pessoas envolvidas no crime foram presas, das quais quatro tomavam conta do local. "A vítima estava em cativeiro havia 45 dias", disse o delegado. Os seqüestradores já haviam recebido um primeiro resgate de R$ 75 mil. Apesar disso, não haviam libertado a vítima.