Título: Trajetória de queda do IPC-S pára em julho
Autor: Alessandra Saraiva
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Economia & Negócios, p. B1

RIO - Após seis semanas consecutivas de queda, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) voltou a subir e registrou alta de 0,06% no período encerrado até 7 de julho, ante deflação de 0,05% na apuração anterior. O resultado surpreendeu o mercado financeiro, que esperava resultado entre - 0,13% a 0,02%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a deflação menos intensa nos preços dos alimentos (de -0,92% para -0,60%) levou ao resultado. Para o economista da FGV, André Braz, o próximo IPC-S poderá ter nova elevação. "O indicador terá impacto expressivo de preços administrados", disse, referindo-se ao reajuste de telefonia fixa, realizado historicamente em meados do ano, que continuará a pressionar o indicador.

Além disso, haverá reajuste da taxa de água e esgoto. "Mas acredito que se houver aceleração no IPC-S, na próxima apuração, ela será gradual. Não acho que teremos um grande salto, como por exemplo, de 0,06% para 0,40%, 0,50%." Segundo Braz, não está ocorrendo alta generalizada de preços no setor. Ele citou como exemplo as deflações menos fortes nos preços de Hortaliças e Legumes (de -8,6% para -7,3%); Adoçantes (de -3,77% para -2,98%) e a elevação de preços em Frutas (de 3,51% para 6,33%).

A taxa do IPC-S também foi puxada para cima pela elevação de preços do grupo Habitação (de 0,36% para 0,42%), impactada pelo reajuste em tarifa de telefone residencial (0,98%). Dos sete grupos que compõem o indicador, seis apresentaram aceleração de preços ou queda menos itens