Título: PFL corre para expulsar deputado ainda hoje
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Nacional, p. A6

BRASÍLIA - A executiva do PFL deverá expulsar o deputado João Batista Ramos (PFL-SP) detido ontem em Brasília quando tentava embarcar em um avião da Igreja Universal com sete malas de dinheiro. A expulsão deverá ocorrer hoje na reunião da executiva, caso o próprio deputado não peça sua saída do partido até lá. A avaliação de pefelistas é que o deputado João Batista já causou danos políticos graves à imagem do partido e que é necessário uma resposta rápida à sociedade.

Segundo dirigentes do PFL, o partido acabará atingido, se o deputado permanecer na legenda, daí a necessidade de uma solução rápida com a expulsão do parlamentar. Nessa avaliação, caberá à Igreja Universal, que assumiu a responsabilidade do dinheiro (que seria resultado de dízimo pago pelos fiéis), defender o deputado. O estatuto do PFL não prevê a possibilidade de licença de um filiado

PRESSA

Preocupados com a repercussão negativa do caso, o PFL decidiu antecipar a reunião da executiva, prevista originalmente para acontecer apenas amanhã. A antecipação foi anunciada pelo presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC). O senador disse que a antecipação se justifica porque é preciso que o PFL faça uma manifestação pública sobre o caso dentro do menor prazo possível.

"Nós temos absoluta certeza de que não há qualquer recurso do PFL envolvido no episódio da detenção do deputado. O próprio parlamentar já informou que os recursos são da Universal, a aeronave de transporte pertence à Universal, então o que me parece é que se trata de um problema interno da igreja Universal", afirmou Bornhausen, de acordo com o site do partido na internet.

Bornhausen, ainda de acordo com o site do PFL, disse que "a prática de ilícito penal implicará a exclusão sumária do deputado João Batista Ramos da Silva dos quadros do PFL". O senador adiantou que defenderá, na reunião da Comissão Executiva desta terça-feira, "providências enérgicas e imediatas a respeito do caso".

PODERES

A comissão executiva tem poderes para expulsar o parlamentar da legenda até mesmo de forma sumária, caso seja esta a decisão da maioria do colegiado. O presidente do PFL estava percorrendo municípios do interior de Santa Catarina quando recebeu a notícia da prisão do deputado. Ele decidiu interromper a agenda e retornou a Brasília.

O site do PFL informou ainda que o senador Romeu Tuma (PFL-SP) esteve na sede da Polícia Federal para apanhar uma cópia do auto de detenção.

O documento será analisado na reunião de hoje da Executiva do partido.