Título: Estrangeiro puxa a alta da Bolsa
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2005, Economia & Negócios, p. B9

Ibovespa tem a segunda valorização seguida; risco cai 2,68% e juros futuros recuam, mas o dólar avança 0,09%

Puxada pelos estrangeiros e animada com a pesquisa mostrando que Lula está por enquanto blindado da crise política, a Bolsa paulista registrou a sua segunda alta consecutiva, desta vez de 2,08%. O risco país caiu 2,68%, para 400 pontos, o C-Bond ganhou 0,06%, vendido com ágio de 2,438%, e os juros futuros projetaram queda. Mas o dólar fechou na cotação máxima do dia, em alta de 0,09%, para R$ 2,343, por causa do avanço do petróleo futuro. O paralelo recuou 0,37%, para R$ 2,68 na venda. "Os gringos continuam sustentando a Bolsa", comentou um operador. Até quinta-feira, o saldo líquido de investimento estrangeiro na Bovespa era de R$ 462 milhões. Para o mercado, a virada da Bolsa se deve a este motivo: os estrangeiros vinham comprando ações, minimizando a crise e tomando como base os resultados da economia; já os investidores locais estavam vendendo papéis, temendo o pior no cenário político e o contágio na economia. "Nessa situação, os estrangeiros ganhavam e os locais perdiam. Acho que o investidor doméstico cansou de perder, e a Bovespa começou a subir", disse outro operador.

Em Nova York, o Dow Jones fechou em ligeira queda de 0,06% e a Nasdaq subiu 0,36%. As maiores altas do Ibovespa foram de Usiminas PNA (7,95%), Eletrobrás ON (6,90%) e Eletrobrás PNB (6,86%). As maiores quedas foram de Telesp PN (1,89%), Eletropaulo PN (1,60%) e NET PN (1,54%).

A disparada do petróleo futuro, no início da tarde, e um fluxo de entrada fraco levaram as tesourarias de bancos a recomprar moeda americana mais cara, à tarde. Isso fez o comercial fechar na máxima do dia.

Desta vez, a reversão de posições não refletiu preocupações com a crise política, e sim um ajuste para realização de curto prazo, em meio à cautela com os níveis de demanda e oferta de petróleo e os alertas de segurança em Londres e nos Estados Unidos por causa do terror.

No mercado futuro, os investidores restringiram os negócios aos vencimentos mais curtos, que projetaram queda. O contrato de agosto prevê um recuo de 0,04%.

O leilão de prefixados pelo Tesouro foi o destaque do mercado de juros. O Tesouro conseguiu vender o megalote de 8,5 milhões de LTNs de prazo razoavelmente longo para os padrões do título e a taxas dentro do consenso.